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Nenhum país está livre do terrorismo, diz Interpol
Por Da AFP
16/03/2004 | 08:32
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Seja na Europa, África, América ou Ásia, nenhum governo de nenhum país pode considerar-se a salvo do terrorismo, estimou nesta terça-feira Ronald K. Noble, secretário geral da organização mundial da polícia, Interpol.

"Nem Europa, nem África, nem as Américas nem a Ásia podem pensar que os atentados terroristas do tipo dos cometidos por Al Qaeda sejam um problema de outra região", declarou Noble ao abrir uma conferência para a Ásia realizada em Manila pela Interpol, uma organização com sede em Lyon (França).

Citando atentados cometidos em países como Argélia, Iraque, Itália ou Estados Unidos, o dirigente declarou que "por nossa experiência, a Interpol acredita que nenhum governo pode dizer honestamente a seus cidadãos que estejam tranqüilos em relação ao terrorismo".

Ao lembrar que a responsabilidade da organização terrorista de Osama Bin Laden não foi comprovada ainda nos atentados que provocaram mais de 200 mortos em Madri, Noble considerou que apresentam "numerosos aspectos que para a Interpol tornam preocupantes as técnicas de Al Qaeda".

As explosões de Madri, que ocorreram com pequenos intervalos em quatro trens suburbanos, têm o perfil de "alvos múltiplos simultâneos tendentes a causar danos em massa em um ambiente suscetível de ter um impacto mundial", estimou Noble. Este tipo de técnica representa "a maior preocupação e o maior desafio para nós, responsáveis pela polícia, e para a comunidade mundial", acrescentou.

Segundo este especialista, pode não ser uma coincidência que os atentados de Madri tenham sido cometidos no dia 11 de março, exatamente 911 dias depois dos atentados de 11 de setembro". "Todo sucesso de um atentado terrorista vinculado a Al Qaeda ou ao 11 de setembro mina a confiança da população de que os governos podem proteger seus cidadãos", acrescentou Noble.

Para combater o terrorismo, esta autoridade destacou o sistema de segurança elaborado pela Interpol que permite a 90 nações trocar informações sobre as ameaças terroristas e as "notícias laranja", ameaças de alerta sobre armas dissimuladas, pacotes-bomba ou outros objetos perigosos. Essas mensagens só podem ser consultadas pelos serviços de segurança de órgãos públicos e de organizações internacionais.

"O intercâmbio de informações" entre os países é fundamental na luta contra o terrorismo", insistiu o dirigente da polícia nacional filipina, Hermógenes Edbane, durante a mesma conferência. Noble parabenizou a Ásia por seu combate contra o terrorismo, citando os sucessos dos filipinos na luta contra o grupo islamita Abu Sayyaf, considerado como ligado a Al Qaeda.




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