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Feliz com o caipira Crispim
André Bernardo
Da TV Press
04/12/2005 | 08:35
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Emílio Orciollo Netto, 31 anos, é um sujeito perfeccionista. Desses que não se contentam com as habituais aulas de prosódia oferecidas pela Globo e resolvem pesquisar in loco o sotaque caipira de um personagem. Quando soube que interpretaria Crispim, um autêntico matuto em Alma Gêmea, pegou o primeiro ônibus para Capivari, cidadezinha no interior de São Paulo onde nasceu sua avó materna, Dona Aneris. Lá, o ator tratou logo de refestelar-se num dos bancos da praça principal para observar o jeitão arrastado de falar dos moradores da região. “Posso garantir que o Crispim não é tão caricato quanto imaginam. Eu mesmo conheci uns cinco ou seis iguais a ele. O Crispim é um jeca sem pudor”, diz. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

PERGUNTA: Do Giuseppe Berdinazzi, de O Rei do Gado, para cá, pode-se dizer que o Crispim seja o seu personagem mais popular?
EMÍLIO ORCIOLLO: Sem dúvida nenhuma. Disparado, o Crispim é o personagem que mais chamou a atenção do público. A gente trabalha sempre para que o personagem seja um sucesso, mas confesso que, no caso do Crispim, não esperava tanto. A sintonia entre o Crispim, a Mirna e o Tio Bernardo, aliás, também é impressionante. Os astros estão conspirando a nosso favor. Estou vivendo um momento muito feliz na minha carreira.

PERGUNTA: Ano que vem, você completa uma década de carreira na TV. Que balanço faz desses 10 anos?
ORCIOLLO: Olha, rapaz, como a carreira de muitos outros atores, também oscilo entre personagens maravilhosos e outros nem tanto. Mas, no final das contas, acho o saldo positivo. Na Globo, fiz O Rei do Gado, Anjo Mau, Esperança. Esperança, aliás, pode até não ter feito muito sucesso em termos de audiência, mas, para mim, foi importante trabalhar com o Luiz Fernando Carvalho. Também fiz novelas na Record nesse período. Ou seja, não parei. O fundamental, na minha opinião, é estar sempre trabalhando e, principalmente, poder escolher o que você faz. Porque também não dá para ficar atirando para todos os lados. Senão, o ator cai na mesmice e começa a se repetir. Houve um momento na minha carreira, inclusive, que tive receio de só fazer italianos na TV. Até que apareceu o Crispim. Ele é uma vitória porque estou tendo a oportunidade de fazer algo completamente novo.

PERGUNTA: E o que você espera dos próximos dez anos?
ORCIOLLO: Espero ter saúde para continuar trabalhando cada vez mais. E espero também poder interpretar um grande vilão. Já sei o que é ser amado nas ruas porque Crispim é um grande sucesso. Agora, quero ser odiado, levar bolsada, o escambau. Não vejo a hora de fazer um vilãozão daqueles.




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