Saber que no fim desse ano a água transferida do Rio Pinheiros para a Represa Billings poderá chegar limpa é notícia alvissareira e que deve ser comemorada por quem mora no Grande ABC e também na Grande São Paulo. Hoje, o líquido poluído que chega também do Tietê e do Tamanduateí é fonte de preocupação para especialistas em questões ambientais, como revelou este Diário no último mês.

A Billings, com seus 127 km², é apontada como a principal alternativa à crise hídrica que assola São Paulo desde o ano passado. Ela abriga o Sistema Rio Grande, que abastece parte de Santo André, São Bernardo e Diadema e tem ainda o braço Taiaçupeba, que, desde de 2000, auxilia a manter o nível da Represa Guarapiranga, um dos reservatórios responsáveis por matar a sede dos moradores da Capital.

Na quinta-feira, neste mesmo espaço, este jornal destacou a importância da Billings, o orgulho que os habitantes de nossa região têm dela e também manifestou o desejo de que as autoridades se movimentasse no sentido de mantê-la viva para afastar risco futuro de que a fonte, que sempre pareceu inesgotável, venha a secar.

Descobrir dois dias depois, pelo governador do Estado, que há movimentação no sentido de diminuir a carga de poluentes lançados na represa, mostra que a preocupação não é só nossa. E também que estamos na direção certa.

Perto da imensidão da Billings, 15 m³ por segundo pode até parecer pouco. Entretanto, é preciso enaltecer a iniciativa. Que seja a primeira de uma série, pois a água armazenada no nosso quintal é cada vez mais essencial para equilibrar o fornecimento à Capital e Região Metropolitana e também na redução da dependência do Sistema Cantareira, o mais afetado pela falta de chuvas.

A Billings sempre foi uma bandeira desse jornal. Vamos nos manter vigilantes para que essa e outras iniciativas que possam oxigená-la venham a ser implementadas.