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Rio se prepara para receber chefes de Estado
Do Diário do Grande ABC
22/06/1999 | 09:57
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O Rio de Janeiro vai se converter numa verdadeira fortaleza durante os próximos dias 28 e 29 para receber os 46 chefes de Estado e de Governo na Reuniao de Cúpula da Uniao Européia, América Latina e Caribe, a Cimeira do Rio.

O espetacular dispositivo de segurança para a ocasiao totalizará cerca de 7 mil homens: 3.200 soldados do Exército, 1.500 homens da Polícia Militar e mil da Guarda Municipal (PM) do Rio de Janeiro, além de cerca de 200 guardas de trânsito. Ao mesmo tempo, 995 agentes da Polícia Federal (PF) terao a responsabilidade da segurança pessoal dos dirigentes, assim como a conduçao de automóveis blindados que serao utilizados para transportar as autoridades pela cidade.

Todo este aparato foi colocado em teste no sábado passado, quando cronometrou-se a viagem em automóvel entre o hotel em que ficarao hospedados os chefes de Estado e de Governo e o Museu de Arte Moderna (MAM), sede do evento, no centro de Rio. Para o traslado das comitivas - cada uma com um máximo de cinco automóveis - foram utilizados 82 motociclistas e a simulaçao do dispositivo de segurança mostrou que tudo está pronto para o início da reuniao de cúpula.

O Parque do Flamengo, onde se situa o MAM, será vigiado 24 horas por dia por um complexo de 26 câmeras de circuito fechado. Para facilitar o traslado das comitivas e tentar diminuir o trânsito, a segunda-feira, dia 28, será ponto facultativo na cidade.

Uma das surpresas nos preparativos para a Cimeira do Rio foi a decisao do Comando Militar do Leste - CME, responsável pela organizaçao do dispositivo de segurança - de vetar a utilizaçao da Linha Vermelha, a via expressa que une o aeroporto internacional à cidade do Rio de Janeiro. A Linha Vermelha foi construída especialmente para a Eco-92 para trasladar rapidamente os chefes de Estado e de Governo do aeroporto para o centro da cidade.

No entanto, os especialistas de segurança chegaram à conclusao de que o percurso representa mais um perigo do que uma soluçao. O coordenador de Comunicaçao Social do CME, o coronel Antonio Carlos de Almeida, explicou que ``a Linha Vermelha nao oferece opçoes de saída, caso o trânsito seja interrompido'. ``Se houver uma interrupçao do trânsito por qualquer motivo, as comitivas ficarao presas'.

Na realidade, o temor das autoridades em relaçao à Linha Vermelha é outro: a passagem é cenário freqüente de protestos dos moradores das favelas vizinhas e, inclusive, existe o perigo de troca de tiros entre os bandos de traficantes da regiao. Durante a Eco-92, a comitiva do entao presidente mexicano Raúl Salinas de Gortari ficou presa na Linha Vermelha, enquanto um grupos de traficantes de drogas ajustavam suas contas trocando tiros.

Com a proibiçao do uso da Linha Vermelha, as comitivas transitarao por uma das avenidas de maior tráfego em todo país, a Avenida Brasil, que literalmente será ocupada por forças militares em todas as passarelas e túneis do trajeto.

Sobre o fato de que em vários pontos da Avenida Brasil também existem favelas, o coronel Almeida explicou que ``no trajeto existem muitos pontos de saída, que poderao ser utilizados sob coordenaçao dos helicópteros que acompanharao todas as delegaçoes'.

Neste cenário de ``tranqüilidade induzida', os chefes de Estado e de Governo deverao encontrar o clima adequado para o entendimento que se espera desta importante reuniao.




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