A homenagem a Galdino foi promovida pelo Conselho Indigenista MIssionário (Cimi) e faz parte da Semana dos Povos Indígenas de 2002, que comemorou o Dia do Índio (19 de abril) com eventos em todo o país. A cerimônia religiosa de Brasília foi realizada no ponto de ônibus da Avenida W-3 Sul, à altura da quadra 704, onde os jovens jogaram álcool e atearam fogo no corpo de Galdino, que dormia no local.
Durante a manhã, foram realizadas diversas atividades - como demonstrações da cultura índigena, com música e danças tradicionais das tribo Pataxó Hã-Hã-Hãe. O secretário do Cimi, Egon Heck, informou que a programação incluiu a limpeza do memorial (erguido em homenagem a Galdino) e deve durar o dia todo.
Na abertura da cerimônia, Egon Heck afirmou que a preocupação com a segurança dos índios e da população em geral é uma questão de cidadania. E informou que estão sendo colhidas assinaturas para um baixo-assinando em prol do Estatuto do Índio. O documento já tem mais de 500 mil assinaturas e será encaminhado ao Congresso Nacional.
Galdino de Jesus dos Santos era da área indígena Caramuru/ Paraguassu, sul da Bahia, e veio a Brasília participar das comemorações do Dia do Índio de 1997. Após a cerimônia, na Praça dos Três Poderes, pegou o ônibus de volta à pensão onde estava hospedado, mas o estabelecimento já havia fechado. Cansado, sentou-se no banco da parada de ônibus e adormeceu. Os jovens, que passavam pelo local, alegaram ter pensado que se tratava de um mendigo e resolveram atear fogo no índio.
Levado ainda consciente para o Hospital Regional da Asa Norte - HRAN, Galdino, com 95% do corpo com queimaduras de 3º grau, faleceu às 2h da madrugada do dia 20 de abril.
As informações são da Agência Brasil.
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