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Maravilhas da Inglaterra
Por Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
22/04/2010 | 07:01
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A história do clássico Alice no País das Maravilhas - cuja aguardada adaptação para o cinema estreou sexta-feira nas telonas brasileiras - é completamente surreal. Mas os lugares que inspiraram Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido pelo pseudônimo Lewis Carroll, a escrever a obra existem fora da ficção. Para os fãs de Alice que sonham em submergir do mundo do faz-de-conta para adentrar o não menos fantástico universo das lembranças reais de Carroll, o VisitBritain (escritório oficial de turismo da Inglaterra, Escócia e País de Gales) passou a divulgar os pontos turísticos que originaram a história e serviram de locação para o novo filme.

O principal deles é a Antony House, considerada a única locação real das gravações, já que a maior parte dos cenários foi fruto de trabalhos de computação gráfica feitos em estúdio. Trata-se de uma mansão clássica do século 18, situada na Cornualha, próximo a Plymouth, e que integra o aclamado The National Trust, fundação que lista os mais importantes pontos de interesse histórico da Grã-Bretanha.

Para comemorar a estreia do longa-metragem, a instituição transformou a Antony House na terra de fantasias idealizada por Carroll. A visita aos jardins e à casa do National Trust - aberta até 31 de outubro, às terças, quartas, quintas e domingos - custa 7,50 libras esterlinas (cerca de R$ 20) para adultos e 4,80 (R$ 13) para crianças. Famílias pagam 19,80 libras (R$ 53). Os jardins também podem ser visitados às segundas e sábados.

Em parceria com a Companhia Teatral Dodgy Clutch, a National Trust também criou um espetáculo que resgata os principais elementos das histórias de Alice em um cenário criativo montado nos impressionantes jardins da Antony House.

Mas as atrações da região não se restringem apenas às construções históricas. As praias da Cornualha, por exemplo, merecem capítulo à parte. Consideradas as melhores da Inglaterra, elas se estendem por longas enseadas arenosas cortadas por pedras e batidas pelo verde intenso do Oceano Atlântico. Os surfistas que conseguem suportar a gelidez da água garantem: é também um ótimo ponto para pegar onda, desde que se tenha cautela e boa dose de responsabilidade. As melhores orlas são as de Welcombe, Porthleven, Watergate Bay e a de Newquay, famosa por suas noitadas memoráveis.

Além das praias, a Cornualha abriga as ruínas do Castelo de Tintagel, onde nasceu o Rei Arthur, e o Projeto Éden, que estuda as relações humanas e da natureza em redomas de reproduzem diferentes climas. Algo tão fantástico e inimaginável quanto o próprio universo de Alice.

CARROLL
Todos os outros destinos ingleses que fazem alusão à história de Alice no País das Maravilhas não aparecem no filme, mas guardam detalhes importantes da vida de seu autor. A começar por Daresbury, cidade natal de Charles Lutwidge Dodgson, e Croft-On-Tees, onde o escritor passou o resto da infância. Dizem que foi no interior da Croft Church que Carroll imaginou boa parte das maravilhas do país de Alice. Até o gato Cheshire teria sido inspirado em uma escultura da igreja.

Oxford, onde o escritor se tornou professor de matemática, também é páreo duro na disputa pelos fãs de Carroll. Há até tour guiado por historiadores contemplando os pontos que mais marcaram a vida do autor, como o Christ's Church College e a loja em que a verdadeira Alice (Alice Pleasance Liddell) costumava comprar doces 140 anos atrás.

Por fim, dirija-se a Guildford para conferir o túmulo de Charles Lutwidge Dodgson no Mount Cemetery, a casa alugada com os jardins de Alice, a St. Mary's Church e a galeria dedicada a Carroll no museu na cidade. Ou vá até a Biblioteca Britânica para contemplar o manuscrito original e ilustrado de As Aventuras de Alice Embaixo da Terra, uma das coleções mais valiosas do acervo. Em 1998, essa primeira impressão da obra - rejeitada na época - foi leiloada por US$ 1,5 milhão.

INFORMAÇÕES
O site www.visitengland.com/alice reúne informações sobre como visitar as locações do filme na Grã-Bretanha.


Do papel para as telas

A história de Alice no País das Maravilhas teve origem em julho de 1862, enquanto Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898) passeava de barco por um rio próximo de Oxford com a menina Alice Pleasance Liddell, na época com 10 anos, e suas duas irmãs. Elas eram filhas do reitor da Christ Church, onde Dodgson lecionava, e pediram que ele lhes contasse uma história. A fábula da garota que ia parar em um mundo fantástico após cair na toca de um coelho agradou tanto à Alice da vida real que ela não sossegou até que o autor a passasse para o papel.

No Natal de 1864, Dodgson presenteou a menina com o manuscrito de As Aventuras de Alice Embaixo da Terra. Mais tarde, decidiu publicar o livro. Mudou a versão original, de 18 mil palavras, por outra de 35 mil, acrescentando as cenas do gato de Cheshire e do Chapeleiro Maluco, e incluiu ilustrações de John Tenniel. Em pouco tempo, a obra evaporou nas prateleiras das livrarias e tornou-se um grande sucesso, sendo traduzida em mais de 50 idiomas e recebendo elogios até de Oscar Wilde e da Rainha Vitória.

Na versão surrealista e gótica de Tim Burton para Alice no País das Maravilhas, a protagonista, interpretada por Mia Wasikowska, tem 19 anos e retorna ao mundo mágico de sua aventura na infância, onde reencontra velhos amigos e descobre seu verdadeiro destino: pôr um fim ao reino de terror da Rainha Vermelha, encarnada nas telas pela atriz Helena Bonham Carter. O elenco ainda traz o multifacetado Johnny Depp no papel do Chapeleiro Maluco (foto) e Anne Hathaway na figura da Rainha Branca.




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