A prática de esportes é uma aliada potente para o prolongamento da vida. Quanto mais cedo se inicia, maior a rapidez de adaptação. Para algumas pessoas, porém, esse "estalo" para os exercícios físicos começa um pouco mais tarde, mas nem por isso a idade se torna um obstáculo.

Foi o caso do comerciante Rubens Marcos Maroti, 43 anos. Há dois, foi convidado por uma amiga para ver um circuito de surfe no litoral de São Paulo, se apaixonou pelo esporte e hoje é praticante. "É claro que no início encontrei dificuldades, mas gosto de desafios e o surfe ajudou até na melhora da minha resistência e postura", conta.

O administrador César Machado, 42, também se transformou em adepto da atividade física depois de passar da casa dos 40. Ele começou a se exercitar em aulas de musculação, mas não notava evolução em sua resistência. Com a indicação de seu personal trainner, há um ano começou a correr e observou importantes progressos tanto na aparência quanto na saúde - além de perder 25 quilos, os passos acelerados lhe renderam o fim da pressão alta. "Assim que comecei a correr, a dose de remédios que tomava para controlar a pressão diminuiu. Hoje ela é normalizada e não preciso tomar mais nada", diz.

Para o professor titular de Cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC, Celso Ferreira, "independentemente da idade com que se inicie algum esporte, os benefícios alcançados com a prática são certos". No entanto, ele alerta para a importância de uma avaliação física. "É imprescindível que qualquer pessoa que vá iniciar alguma atividade física passe por um profissional para realizar exames específicos, mas as pessoas que têm mais de 40 anos devem, em especial, tomar um cuidado maior com isso, pois estão mais suscetíveis a acidentes", afirma.

Mudança de hábito - Mais gratificante que iniciar um esporte depois dos 40 anos é saber que essa nova escolha contribuiu para o fim de algo que não fazia bem. Foi o que aconteceu com o empresário Gino Martinez, 50, que largou o cigarro quando começou a praticar mergulho, há sete anos. "Me sentia incomodado de estar no barco sem nenhum fumante", lembra.

Para Gino, a vontade de mergulhar era algo que sempre o acompanhava, mas faltava um 'empurrãozinho'. "Meu irmão sempre quis mergulhar, então um incentivou o outro e decidimos entrar juntos num curso. No início foi um pouco complicado, era tudo novo, mas hoje não vivo mais sem", afirma.

Para quem acha que esporte é só brincadeira, Rubens dá a dica: "praticar exercício é independência, melhoria de vida, abstração de problemas e amizades que se tornam eternas".