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Depois de 25 anos, Santo André entra em campo pelo Brasileirão

Ramalhão não desapontou na 1ª vez que disputou a Série A e expectativa é de que desempenho se repita

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
10/05/2009 | 08:25
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A espera dos torcedores e a ansiedade dos jogadores acabam hoje. Depois de 25 anos, o Santo André entra em campo na elite do Campeonato Brasileiro, às 18h30, contra o Botafogo-RJ, no Bruno Daniel. Na primeira vez que disputou a Série A, em 1984, o Ramalhão não desapontou e a expectativa é de que neste ano o desempenho seja, ao menos, parecido.

Naquela época, com um time que contava com Rotta, Barbosa, Arnaldo e Esquerdinha, o clube avançou nas duas primeiras fases, deixando para trás Grêmio, Náutico e Coritiba. A equipe terminou na décima colocação geral e só não participou da edição seguinte por causa de mudanças no regulamento.

Agora, liderado por Fernando, Marcelinho Carioca, Neneca, Pablo Escobar e o técnico Sérgio Guedes, o time não pensa baixo e tem como meta a Libertadores (os quatro melhores garantem vaga no torneio sul-americano). "Acreditamos que podemos classificar. O clube já esteve lá, não fiz parte daquele time, mas quero chegar lá", afirmou Marcelinho Carioca. "Um time que já esteve no topo uma vez (2004), pode chegar de novo", emendou o camisa sete, ao recordar o título da Copa do Brasil.

Depois de terminar o Paulistão em sexto lugar e já ter enfrentado cinco futuros adversários (Palmeiras, São Paulo, Santos, Corinthians e Barueri), os jogadores sonham alto. "Temos de continuar o que estávamos fazendo, só que com mais atenção e concentração, porque agora o nível é lá em cima", exaltou o goleiro Neneca.

Para fazer frente aos tradicionais clubes do País, adversários na elite, o Ramalhão trouxe cinco reforços: Gustavo Nery, Bruno César, Rodrigo Fabri, Nunes e Rodriguinho. E a ordem é não baixar a cabeça para a possível superioridade histórica dos rivais. "É o que o Sérgio (Guedes) sempre diz para a gente: camisa não ganha jogo, o que ganha é conteúdo", comentou o meia-atacante Ricardinho.

Hoje, contra o Botafogo-RJ, dois jogadores reencontram o ex-clube: Fernando e Elvis. O meia afirmou não ter sentimento especial por enfrentar os cariocas e quer fazer sua parte. "Não guardo mágoas, mas hoje visto a camisa do Santo André. Agora é fazer as coisas com dignidade e honrar o clube dentro de campo."

Sérgio Guedes tem três dúvidas para escalar o time titular. Ricardo Conceição sofreu lesão muscular na coxa direita e deve ser substituído por Dirceu. Antônio Flávio pode dar lugar a Rodrigo Fabri ou Ricardo Goulart.

 

Nunes reestreia mais maduro e promete empenho à torcida

Ele está de volta e quer fazer diferente em relação à primeira vez. O atacante Nunes, revelado pelo Santo André e campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2003, deixou o clube no mesmo ano por problemas disciplinares.

Na ocasião, imitou porco na final da Copinha contra o Palmeiras, foi multado, repetiu o gesto na Copa FPF, em novo jogo diante do Verdão, foi penalizado novamente e acabou liberado.

Seis anos depois, o atacante deve fazer hoje a reestreia com a camisa do Ramalhão, como maior expectativa de gols do sistema ofensivo. "Estou preparado, mas um pouco ansioso", revelou Nunes.

"Fiquei mais maduro e experiente. Naquela época, era moleque e tive problemas. Mas, agora, sou um cara família e tudo o que faço é pensando nela", emendou Nunes, que prometeu raça. "Aqui vai um recado para a torcida: não vai faltar empenho e vontade da minha parte."

Jovens tentam aproveitar chance no Brasileirão

Chegou a hora deles. As jovens promessas do Santo André começam a vivenciar, a partir de hoje, uma realidade que parecia distante. Arthur, Júnior Dutra, Chiquinho, Ricardinho, Ricardo Goulart e Antônio Flávio, até o ano passado, estavam no time B do Ramalhão na disputa a Copa PF (Paulista de Futebol) em duelos contra Portuguesa Santista, Flamengo de Guarulhos, Nacional, entre outros. Agora, tentam brilhar diante de Inter-RS, Grêmio, Cruzeiro e demais adversários no Campeonato Brasileiro.

Na hora de comentar o momento especial, parecia faltar palavras aos jovens jogadores. "É um sonho para a gente que é mais novo", resumiu o meia Ricardo Goulart. "É uma expectativa diferente, porque é o campeonato mais importante do Brasil. Estamos concentrados para dar o melhor, com a consciência de que é o nosso momento", emendou o atacante Antônio Flávio.

O meia-atacante Ricardinho destacou que a oportunidade oferecida pelo Santo André é algo muito especial. "Estão dando espaço para a molecada e estamos preparados", comentou.

Mais experiente do elenco, o volante Fernando, 41 anos, aprova a utitilização dos mais novos mesclados àqueles que já carregam certa bagagem - prática que o Ramalhão tem há algumas temporadas.

"É uma linha de trabalho que tem dado certo e não tem motivo para não manter. O retrospecto (acessos no Estadual e no Nacional) fala por si e prova que essa mescla tem dado certo", explicou o capitão do time.




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