Memória Titulo
Transformações informáticas. E uma exceção
Por Ademir Medici
29/05/2017 | 07:00
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 Um bom exercício de memória: comparar as transformações físicas provocadas pela informatização. Pode ser uma fábrica de automóveis: a linha de montagem era repleta de operários com seus macacões manchados de óleo e graxa; hoje, no mesmo espaço físico, tudo cheira a novo. Brilha. Caiu drasticamente o número de operários – e esta é a parte negativa. Às vezes um silêncio sepulcral. Limpeza de toda ordem. A robótica trabalha pelos antigos peões.

Pode ser uma escola. Mesmo as mais simples têm computador. Logo, logo, até essas não terão o seu quadro-negro e o giz, que ao rabiscar ofende aos mais sensíveis. Num escritório, então. Onde está a papelada? Cadê as fichinhas de controle? Onde estão vocês, pastas de ‘A’ a ‘Z’, e/ou pastas plásticas amarelas ou azuis ou brancas, coloridas, chamadas de ‘caixa arquivo’? Tudo se informatizou.

E é assim no órgão público. No comércio estabelecido. O taxista e o ambulante que se preze aceita cartão: débito ou crédito? Vejam a propaganda de TV. Observem o interior do trem, do trólebus, do ônibus. Ninguém mais carrega um livro aberto, uma cartilha, um folheto. Ah, devem estar nas bolsas e bolsos. Não, não estão. Mas aquelas maquininhas infernais e os fones de ouvido, eles dominam os novos tempos.

 

Meninos, Rudge Ramos...

Banespa, Santander...

 

Outro dia localizamos no Banco de Dados do Diário esta foto do interior do Banespa, agência de Rudge Ramos, em 1986, com vitrais para a Praça dos Meninos, a praça oriental em frente, outrora campo do Meninos FC. Vejam lá, amigos. Caixas recheadas de fichas de controle. Máquinas de somar e fazer as outras operações. Telefones moderninhos (moderninhos?). Máquinas de escrever – imaginem. Que mais?

Voltamos à agência. O Banespa agora virou Santander. Procuramos pelo gerente. “Qual gerente?”, perguntou um guarda. “O gerente, ora! Pode ser o contador.” Mas são vários gerentes. Era só subir as escadas e atingir o primeiro andar. “E escolher um, ou uma”, pensamos nós.

“Obrigado, moço”. Já fomos imaginamos uma bela foto para mostrar o hoje em contraste ao ontem da foto de 1986. Lá de cima vamos repetir o mesmo ângulo de 30, 31 anos atrás. Vamos mostrar a diferença, o que mudou.

Qual o quê. Lá em cima eram vários gerentes. Todos compenetrados. Ar-condicionado. Não se avistava a Avenida Caminho do Mar. Tudo fechado. Um gerente para cada área. Caminhamos. Olhamos para um, olhamos para outra. Como ninguém nos convidasse a sentar, demos meia volta e chegamos ao saguão, além da porta giratória.

Ufa! Avistamos a avenida e a mesma praça de 1986. Tiramos uma foto, duas. E saímos. De costas para o comércio da avenida, focalizamos a fachada do Banespa, ops, do Santander. Uau! É a mesma de 1986. Mas lá dentro... É melhor voltar para o passado, que essa página é de memória, gente.

 

Agora, a exceção. E uma cobrança

 

Coleguinhas das comunicações municipais: por gentileza, recortem este boxe e coloquem na mesa dos seus prefeitos.

 

Vocês que acompanham o obituário diário aqui no rodapé da página Memória, e a listagem completa no Diário On-Line, fiquem sabendo que é uma luta conseguir tais informações. Por isso aproveitamos o ensejo para cobrar, publicamente, uma atitude dos senhores prefeitos.

Com exceção de Santo André e São Bernardo, e do Vale dos Pinheirais, as cinco demais cidades – São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra – não têm como passar ao Diário, por e-mails, a listagem dos nossos entes queridos que partiram.

A solução é telefonar para as cinco funerárias citadas e pegar os dados no grito: nome, idade, naturalidade, bairro em que morava o falecido. Fazemos isso há séculos. Uma trabalheira.

Os funcionários das funerárias nos atendem bem, com uma ou outra exceção – mas o que vale é a regra. Fazemos boas amizades. Mas é, de fato, uma luta, já que os agentes têm outras atribuições e, geralmente, estão ocupados – eles ou os seus telefones.

Prefeitos Auricchio, Michels (que está de mal com a Memória por causa do João Gava), Atila, Kiko e Maranhão: vocês são jovens, modernos. Têm internet em casa, no bolso e na Prefeitura. Estão ligados nas novas mídias. Voltem vistas às funerárias municipais. Instalem uma internet que possa passar para nós, e para a imprensa em geral – se é que algum outro jornal do Grande ABC se preocupa com obituário – os nomes dos cidadãos que vão se despedindo.

Agradeceremos de público a atenção que vierem a nos dar. E vocês deixarão de ser exceção.

 

Diário há 30 anos

Sexta-feira, 29 de maio de 1987 – ano 30, edição nº 6454

Manchete – Prefeitos querem prorrogar mandatos

Economia – Consórcios vão aplicar no open market.

Mauá – Enterpa inicia a construção de aterro sanitário

em Sertãozinho.

Temperatura – Frio superlota único albergue noturno no Grande ABC, localizado em Santo André.

 

Em 29 de maio de...

1972 – Professor Miller de Paiva e Silva nomeado secretário de Educação e Cultura de Santo André. Substituí ao professor José Lazzarini Júnior, que solicitou demissão.

 

Hoje

Dia do Geógrafo

Dia do Estatístico

 

Santos do Dia

Úrsula Ledochowska

Maximino

Cirilo de Cesareia

Sisínio

 

Município Paulista

Hoje é o aniversário de São Pedro do Turvo. Elevado a município em 1891, quando se separa de Santa Cruz do Rio Pardo.

 

Município Brasileiro

Celebram seus aniversários em 29 de maio:

No Rio Grande do Sul, Ajuricaba, David Canabarro, Ibiraiaras e Uruguaiana.

No Pará, Ourém.

Na Bahia, Santo Antonio de Jesus, São Felipe e Taperoá.




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