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Novo Carlos Gomes: projeto pode custar R$ 2 mi
Ricardo Ditchun
Da Redaçao
19/06/1999 | 17:51
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O Cine-Teatro Carlos Gomes, inaugurado em 1912, em Santo André, é o espaço cultural mais tradicional do Grande ABC. Por meio de um projeto encomendado pela Prefeitura ao escritório Brasil Arquitetura, de Sao Paulo, o equipamento teve suas funçoes reequacionadas. Isso implicou, também, na busca de soluçoes mais racionais para a distribuiçao de seus espaços internos e externos.

A partir de agora, o Carlos Gomes já tem um plano para operar obedecendo funçoes que o transformarao - se a iniciativa privada estiver disposta a bancar - em um centro de referência do setor audiovisual, mas que também contempla atividades teatrais.

O escritório Brasil Arquitetura, de Sao Paulo, acaba de concluir mais uma fase importante do processo que prevê a reformulaçao física e conceitual do Cine-Teatro Carlos Gomes, em Santo André. A idéia integra o chamado Projeto Centro, uma preocupaçao maior da Prefeitura em relaçao a esta área específica da cidade. Marcelo Carvalho Ferraz e Francisco de Paiva Fanucci, arquitetos responsáveis pelas diretrizes propostas, falaram ao Diário sobre os detalhes que, de agora em diante, deverao ser discutidos pelos andreenses que se interessam pelo futuro deste equipamento. Ferraz e Fanucci, inclusive, entendem que o espaço teria de ter seu nome original resgatado: Cine-Teatro de Variedades Carlos Gomes.

As plantas e a maquete preparadas pela dupla de arquitetos revelam uma importante preocupaçao contemporânea desta área de conhecimento: deixar evidente tudo aquilo que está sendo incorporado como novidade em edifícios de valor histórico e arquitetônico. No caso do Carlos Gomes, inaugurado em 1912 e tombado pelo Condephaapasa (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André) em 1992, Ferraz e Fanucci detectaram três características a serem preservadas: as duas paredes laterais, a caixa cênica e a trama de madeira que sustenta o telhado. Esta será deixada à mostra com a eliminaçao do forro onde hoje está a estrela de seis pontas, ornamento instalado em meados da década de 40, que deverá ser mantida suspensa sobre a platéia ou encravada no saguao de entrada (leia reportagem nesta página).

"Tendo esses aspectos como base, o Carlos Gomes terá, internamente, duas salas para vídeo, uma para cinema (150 lugares) e outra para cinema e teatro (350 lugares)", explica Ferraz. Na entrada principal o prédio terá um café integrado com a calçada da rua Senador Fláquer, seu endereço. Abraçando o teatro, uma laje de concreto que termina no que hoje é o fundo, mas que, com este projeto, passará a ser uma nova fachada com uma floricultura, assim como a lateral esquerda, que abrigará nichos para exposiçoes. "Nao queremos imitar o passado, mas transformar o prédio, respeitando os valores estéticos ainda existentes, em um equipamento moderno", afirma Fanucci.

Altair Moreira, secretário de Cultura, Esportes e Lazer de Santo André, ressaltou que a intençao é fazer do Carlos Gomes uma referência para o setor de audiovisual, capacitando interessados em trabalhar na área de roteiro, iluminaçao, câmera e realizaçao de pequenas produçoes. Além disso, o novo Carlos Gomes ficaria capacitado para abrigar mostras, cursos e debates. "A próxima etapa é a de captaçao de recursos. O orçamento do projeto deverá ficar entre R$ 1,6 milhao e R$ 2 milhoes e as empresas interessadas poderao fazer uso dos benefícios da Lei do Audiovisual", afirma. Passada essa fase - fundamental - o projeto de recuperaçao poderá ser concluído em seis meses.




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