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Guerra começa no fim do mês, diz ex-inspetor de armas
Por Do Diário OnLine
Com AFP
05/02/2003 | 09:36
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O ex-chefe de inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) Scott Ritter afirmou nesta quarta-feira que a guerra no Iraque começará no final deste mês e será um conflito "longo e horrível”.

"Vejo tropas de infantaria cruzando o Iraque em grandes quantidades no início de março e não acredito que a guerra termine logo", afirmou Ritter, em entrevista à imprensa em Tóquio. Segundo ele, os militares americanos atacarão com ou sem uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU.

A previsão de Ritter acontece poucas horas antes de o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, apresentar ante o Conselho de Segurança da ONU seus argumentos em favor de uma guerra dirigida pelos Estados Unidos contra o Iraque.

Ritter, ex-oficial de inteligência dos Marines americanos, era apelidado de "cowboy" pelos funcionários da ONU e diplomatas credenciados em Bagdá, devido a seus métodos brutais de inspeção. Renunciou a seu cargo na ONU em agosto de 1998, alegando a falta de apoio da ONU e dos Estados Unidos a seus fortes métodos de desarmamento, que indignavam os iraquianos.

Autor de "Endgame: Solving the Iraq Problem -Once and For All" (Fim de jogo: como resolver o problema iraquiano de uma vez por todas), Ritter é atualmente um dos críticos mais enérgicos da política do presidente americano, George W. Bush, em relação a uma mudança de regime no Iraque.

Segundo Ritter, a política corrompeu o processo de inspeções e pediu mais tempo para permitir que os técnicos possam continuar seu trabalho, apoiados pela ameaça do uso da força militar. "Agora temos um ambiente muito mais saudável para as inspeções do que antes. As inspeções podem funcionar, se derem oportunidades aos técnicos", declarou.

Ritter insistiu em que a melhor forma de instaurar uma mudança democrática no Iraque seria levantar as sanções econômicas para incentivar o crescimento do país e romper o ciclo de política tribal.

O ex-inspetor também reiterou suas críticas ao atual chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, por seu "enganoso" informe ao Conselho de Segurança sobre as supostas armas biológicas iraquianas.

Em relação à provável guerra, advertiu que "Bagdá, uma cidade do tamanho de Detroit, tem 5 milhões de habitantes defendidos por 60 mil fanáticos". "Esse é o tipo de guerra que enfrentaremos no Iraque. Será longa, será horrível. Estaremos abrindo uma caixa de Pandora que irá muito além do Iraque e poderá estender-se a toda a região", afirmou.




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