Enquanto atores fazem compras em Beverly Hills e diretores fecham contratos milionários em restaurantes de West Hollywood, na região litorânea de Los Angeles a badalação ganha ares de informalidade com a descontraída combinação de chinelos e bermudas floridas. E pode ter certeza: o hino dos anos 1970 California Dreamin' não vai sair da sua cabeça, seja você fã ou não do The Mamas and the Papas.

Ao todo, são 50 quilômetros de praias, com opções para todos os gostos. A de Santa Monica, com sua roda-gigante à beira-mar, por exemplo, é perfeita para quem gosta de se divertir sem se preocupar tanto com as aparências. Malibu é reduto de surfistas e aspirantes à fama. E a Marina Del Rey é mais procurada por famílias.

Mas é na praia de Venice que Los Angeles revela toda a sua vocação para esbanjar verdinhas em nome do faz-de-conta. Erguido no início do século passado pelo excêntrico magnata Abbott Kinney, o bairro havia sido todo planejado para ser uma versão ianque da romântica Veneza, com direito a canais, pontes e até gondoleiros importados da Itália.

Mas a ideia não obteve o mesmo êxito que o irmão-gêmeo Venetian de Las Vegas. Motivo? Na mesma época, perto dali, outro empreendimento visionário, batizado Hollywoodland, acabou por roubar as atenções e frustrar os sonhos do empresário. Com o passar dos anos, Venice secou: quase todos os canais foram aterrados e o frisson passou a se restringir aos limites do calçadão da Ocean Front Walk, sempre lotado de skatistas, artistas de rua e corpos sarados.

Também é comum ver gente alugando bicicletas para percorrer a costa. E não é preciso pedalar muito para chegar a outro cartão-postal do litoral angeleno: Santa Monica, famosa pelo píer, pontuado por uma enorme montanha-russa. Vale deixar a magrela de lado e sair a pé pelo calçadão da Third Street Promenade, repleto de cinemas, lojas, barzinhos e restaurantes de qualidade.

De volta à sinuosa Pacific Coast Highway - desta vez, de carro, pois tem chão pela frente - é hora de seguir ao Norte rumo ao último grande ícone do litoral de Los Angeles: Malibu, aquela que ganhou prestígio internacional ao exibir surfistas e salva-vidas siliconadas no seriado SOS Malibu.

Los Angeles, aliás, sempre teve um talento nato para ganhar as telas, sejam elas de cinema ou da TV. Quem não se lembra, por exemplo, das aventuras e paqueras dos irmãos Brenda e Brendon Walsh depois que se mudaram com a família para Beverly Hills na série teen dos anos 1990 Barrados no Baile, que agora ganhou cara e personagens novos? E da similar Melrose, em alusão à Melrose Avenue, um dos centros de compras mais exóticos ao lado da Sunset Boulevard - aquela do Hugh Grant com a Divine Brown? De fato, histórias não faltam para contar, tanto de ficção quanto da vida real...

Curiosidades

Los Angeles tem cerca de 329 dias de sol por ano.

O letreiro com a palavra Hollywood foi erguido no Monte Cahuenga, em 1923, como Hol-lywoodland para indicar um empreendimento imobiliário. Só em 1949 o "land" foi retirado.

O mesmo letreiro já foi palco de um suicídio. Em 1932, a atriz aspirante Peg Entwhistle se jogou de cima da letra H. Cada letra tem 13 metros de altura!

Los Angeles tem a maior população hispânica dos Estados Unidos e abriga pessoas de cerca de 140 países diferentes. É possível escutar mais de 90 idiomas distintos nas ruas da cidade.

Dizem em Los Angeles que o hábito de deixar as mãos impressas na calçada em frente ao Teatro Chinês começou com o nada conhecido Jean Klossner, um pedreiro francês que trabalhou na obra e resolveu deixar sua marca no cimento. Mal imaginava que sua idéia iria entrar para a posteridade como um dos maiores ícones de Hollywood.

A Calçada da Fama é lavada seis vezes por semana.