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João Barone apresenta série sobre a Segunda Guerra
Por Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
21/09/2009 | 07:01
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Destacado no front do rock brasileiro como virtuoso baterista dos Paralamas do Sucesso, João Barone também é conhecido pelo interesse a respeito da Segunda Guerra. Filho de ex-combatente da FEB (Força Expedicionária Brasileira), o músico já produziu livro e documentário sobre o tema.

A mais recente empreitada do instrumentista é a série Redescobrindo a Segunda Guerra, que apresenta no canal NatGeo, às quartas-feiras, às 21h. Dividida em nove capítulos, a atração será exibida até outubro e marca o 70º aniversário do início do conflito.

Há imagens inéditas de batalhas em que nações como Estados Unidos e União Soviética uniram-se para libertar a Europa do nazismo e do fascismo, entre 1939 e 1945. Intitulado Pesadelo Alemão, o episódio desta quarta mostra a ocupação de capitais europeias, à exceção de Londres, que resistiu aos submarinos e bombardeios do exército de Hitler.

O programa será reapresentado na quinta-feira, às 4h, e no dia 29, às 14h. "É muito especial poder participar dessa série, que traz novos enfoques para esse assunto muito vasto. Alguns filmes foram coloridos por computador, em processo meticuloso", explica Barone, que estreia como apresentador.

DESTAQUES - Entre os episódios, Barone destaca A Europa Saqueada, que será exibido em outubro. "Foi o que mais me arrebatou porque mostra como os nazistas apossaram-se de riquezas e obras de arte de maneira absolutamente bárbara e repugnante. Uma das obras mais preciosas do mundo, Mona Lisa foi salva porque os Aliados retiraram do Museu do Louvre e esconderam em regiões de camponeses na França", afirma o baterista.

O músico ressalta que uma das características fundamentais da Segunda Guerra - o mais sangrento conflito da história, com cerca de 70 milhões de mortes - foi a distinção clara entre os envolvidos. "A ideia era que mobilizassem todo mundo para acabar com o mal maior que era o totalitarismo. Era uma guerra em que mocinhos e bandidos estavam bem definidos."

PAI HERÓI - A curiosidade do paralama sobre a Segunda Guerra começou na infância, na década de 1960, quando os irmãos mais velhos lhe diziam que o pai tinha sido herói nas batalhas. "Como muitos brasileiros na época, ele não queria ir para a guerra e foi para a Itália. Isso me consome e me causa arrebatamento até hoje. Quando ele ainda era vivo, conversamos poucas vezes com o aprofundamento que eu gostaria. Então, tento compensar isso."

Barone, que cresceu colecionando soldados de chumbo e até comprou veículos militares, garante que é totalmente pacífico. O que o interessa são os aspectos culturais e políticos. "Já tive conflitos com minha mulher, que é judia (a cantora Katia Bronstein). Ela me falou: ‘Pô, mas você não larga desse assunto.' Mas não ando armado e criei uma frase que me dá salvaguarda: ‘Quem gosta realmente de guerra só quer paz e amor'".

Ainda conforme Barone, há quem tente relativizar os horrores praticados por Hitler. "Tem gente que acredita que o Holocausto judeu não aconteceu. Por isso, qualquer pessoa que contribua para que não se esqueça o que ocorreu estará fazendo grande trabalho."




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