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Fôlego da bolsa já divide analistas
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23/05/2007 | 07:03
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Uma agenda econômica esvaziada, queda das commodities metálicas e do petróleo no exterior, além de um recorde de pontuação num patamar considerado bastante elevado justificaram a realização de lucros que tomou conta da Bolsa de Valores de São Paulo terça-feira.

O Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, encerrou o dia em baixa de 0,41%, aos 52.208,1 pontos. No mês, a bolsa acumula elevação de 6,64% e, em 2007, de 17,39%.

A Bovespa tateou o terreno positivo na abertura do dia, mas o fôlego durou pouco, principalmente depois que o índice atingiu seu 19º recorde de pontuação, aos 52.423,4 pontos no dia anterior. Os investidores avaliam que a bolsa está um pouco esticada neste momento e que seria preciso alguma notícia com impacto para levar as ações a romperem os 53 mil pontos. A trajetória do mercado, no entanto, é de alta, tanto que os especialistas já recalculam para cima suas projeções para 2007.

Um deles é Álvaro Bandeira, diretor da Ágora Corretora e presidente da Apimec, que prevê um fechamento em torno dos 58 mil pontos para a Bovespa neste ano, puxado pelo ótimo desempenho das empresas, como mostraram os balanços referentes ao primeiro trimestre deste ano. “Nunca vi uma situação tão favorável para o lado das empresas”, diz.

Essa análise já vinha sendo destacada pelos operadores do mercado nas últimas semanas. Os números trimestrais corporativos favoráveis são mais um dado que reforça o bom cenário macroeconômico do Brasil – conjuntura esta que lhe rendeu upgrades em seu rating por duas agências de classificação de risco neste mês.

Este horizonte – juntamente com a perspectiva de queda mais rápida da taxa de juros nos últimos dias – tem atraído cada vez mais investidores para a bolsa.

O crescimento a perder de vista, no entanto, não é consenso entre os especialistas. O ex-presidente do Banco Central e sócio da Eris Consultores, Ibrahim Eris, não acredita que haja grande espaço para mais valorização na Bovespa e recomenda cautela aos investidores. Ele ressaltou, no entanto, que, se o céu não é o limite para as ações, também não é preciso ter pânico e correr para vender papéis. “Também não vejo uma queda substancial no horizonte”, afirma.

A posição de Eris é minoria entre os especialistas, que estão bem mais otimistas com a bolsa. “A tendência continua a ser de alta", reforçou um profissional do mercado ao destacar, entretanto, que o noticiário está fraco de dados e índices e o dia-a-dia é o que tem pautado os negócios. Isso significa que eventuais realizações de lucro podem ocorrer nos próximos pregões, sem que isso signifique reversão da trajetória.




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