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Escola dá exemplo ao reaproveitar resíduo orgânico
Por Matheus Angioleto
Especial para o Diário
07/09/2017 | 07:00
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 Formar adultos conscientes é a tarefa de toda escola. Por meio de orientações e trabalhos direcionados às crianças, o Educandário Santo Antonio, na Vila Alpina, em Santo André, dissemina o conhecimento sobre o meio ambiente. A instituição é uma das participantes da 11ª edição do Desafio de Redação, concurso literário promovido pelo Diário que, neste ano, propõe que estudantes das redes pública e privada discorram sobre o tema O Lixo Nosso de Cada Dia.

Professora de Técnicas de Redação durante dez anos, Nathalie Lunardi Michelini, 36 anos, deixou o posto para se tornar coordenadora pedagógica. Para ela, a valorização da argumentação, do conhecimento e a transferência de ideias para o papel são fundamentais. “Falamos da importância da reciclagem, de respeitar o ambiente como um todo, além de evitar (produzir) lixo. A gente faz trabalho bem direcionado no Fundamental 2 por meio de algumas saídas pedagógicas que incluem Ciências e Geografia. A gente faz algumas atividades aqui para reaproveitamento do lixo orgânico para transformação em adubo para a horta e vamos estimulando a consciência ambiental para que fora do muro da escola (os alunos) possam levar isso adiante ”, explica.

Entre os 280 participantes do Desafio de Redação pelo Educandário está Fábio Henrique Alves Pereira, 14, do 9º ano do Ensino Fundamental, que crê que a falta de consciência e a baixa taxa de reciclagem podem causar problemas ao meio ambiente. “A importância para nós, jovens, é o incentivo. O texto faz ter consciência maior para o futuro ser melhor do que é. Passar para nossos filhos e netos de que se deve ter cuidado”, diz o garoto, que garante fazer a coleta seletiva em casa.

A estudante Heloísa Rades de Souza, 13, considera o tema importante devido à conscientização sobre os lixões. “Devemos ficar atentos aos materiais que são jogados em lixão que não tenha proteção para não contaminar o solo por conta dos malefícios que o lixo traz. O resíduo que deve ser reciclado a gente pode reaproveitar e não precisa gastar tanta matéria-prima. Separo o lixo orgânico do lixo reciclável e, como eu moro em prédio, temos local correto para descartar pilhas e baterias e, assim, não contaminar”, relata.

A correalização do Desafio de Redação é da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), com patrocínio da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), governo do Estado, Braskem e da rede de academias Smart Fit.

 

Especialista destaca preocupação com lixo eletrônico

BIA MOÇO

Especial para o Diário

biamoco@dgabc.com.br

Pilhas, baterias e celulares antigos sempre foram materiais cujo descarte correto ainda causa dúvidas à população. De acordo com o professor do curso de Gestão Ambiental da Universidade Metodista de São Paulo e consultor do Ministério do Meio Ambiente Carlos Henrique Andrade de Oliveira, a obrigatoriedade de coletar e de dar destinação ao chamado lixo eletrônico, de acordo com a legislação nacional,  é do setor produtivo.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, estabelece que a responsabilidade pelos resíduos ou pelo ciclo de vida dos produtos após o consumo é dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. Oliveira explica que isso é feito por meio de um sistema chamado de logística reversa, onde o próprio setor privado, incluídos fabricantes e comerciantes, deve estruturar sistema que garanta o recolhimento após o consumo da população.

“Ao final da vida útil desses produtos, nós, consumidores, temos de ter local onde possamos descartar esses materiais. E, mais do que isso, temos de ter a informação e orientação, vindas do setor privado, sobre o modo correto de descartarmos e onde. Justamente nos locais onde compramos esses produtos deveria ter informação do que fazer com eles depois. Portanto, o que falta à população é orientação”, avalia o especialista.

O caminho de resíduos descartados de forma incorreta é a sua chegada ao solo, em rios, córregos e, posteriormente, na casa dos consumidores. “Uma vez que chega aos peixes, depois pode parar na nossa mesa. Ou então a água que vai irrigar a produção agrícola, que também vamos comer depois. O tamanho do impacto é enorme, gerando diversos outros problemas que podem, inclusive, ser prejudiciais à nossa saúde.”

MEDICAMENTOS

 

O descarte incorreto e irregular de remédios também traz série de problemas de caráter ambiental e social. “O medicamento descartado de forma incorreta, por exemplo, em ralos ou vaso sanitário vai para a rede de esgoto e depois até uma estacão de tratamento. Porém, ali você pode ter hormônios ou substâncias que não são tratadas pelo sistema de esgoto.”




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