O Diário inicia hoje a publicação de reportagens sobre os preparativos das escolas de samba de Santo André e São Bernardo para os desfiles do Carnaval 2016. A agremiação que abre a série é a Leões do Vale, do Jardim Irene, em Santo André.

Animação e nostalgia são as apostas da escola para fazer bonito no retorno ao Grupo A. O enredo Marchinhas de Salão... Viver, e Não Ter a Vergonha de Ser Feliz traz a história das músicas de Carnaval que embalaram os bailes de antigamente. Artistas que imortalizaram a cultura carnavalesca também serão homenageados pela agremiação. A festa promete contagiar os foliões com o samba-enredo.

Com 500 componentes divididos em 12 alas, a escola vai mostrar o surgimento do Carnaval brasileiro no século 20 e as mudanças ao longo dos anos. O público vai reviver os bailes de máscara, ranchos e cordões na rua, além de se animar com Pierrot e Colombina, personagens do teatro italiano inspirados nas brincadeiras de Carnaval.

Três carros alegóricos retratam figuras brasileiras que ajudaram a emplacar as marchinhas, como Tia Ciata e Zé Pereira. Versos de canções famosas nas Folias compõem o samba-enredo, interpretado por Vânia Cordeiro, veterana do Carnaval da Capital. A escola promete ainda encantar com a comissão de frente e trazer várias surpresas para o público.

“O tema é leve e alegre, exaltando o Carnaval”, afirmou o presidente da Leões do Vale, Clodoaldo Andrade Reis. De acordo com ele, tais características foram a fórmula para conquistar o primeiro lugar do Grupo B no ano passado.

A aposentada Antônia de Sousa, 72 anos, conhecida como dona Marinha, desfila pela Leões do Vale há 28 anos. Ela está feliz de voltar ao Grupo A e empolgada com o enredo deste ano. “Está ficando tudo muito bonito. Vai ser emocionante. Chega a arrepiar, o coração sai pela boca só de pensar.”

Os preparativos para o dia 7 de fevereiro, quando a escola entra na passarela, estão a todo vapor. As fantasias de quase todas as alas já estão prontas e os carros alegóricos estão sendo montados. Os integrantes da agremiação se dedicam bastante na reta final.

Todo o trabalho exigiu grande esforço financeiro da escola. “Tivemos que fazer muitas feijoadas e bingos para levantar dinheiro. Contamos também com muita ajuda da comunidade”, disse Andrade, que não está sonhando muito alto. “É difícil ser campeão com pouco recurso.” Ele, no entanto, não quis revelar o valor investido nos preparativos.

A meta da escola é se manter no Grupo A. “Não temos a pretensão de bater no peito e gritar ‘já somos a campeã’. Queremos mostrar o nosso trabalho e esforço. Se vier o título, é consequência”, completou o vice-presidente, Edson Antônio.