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Setor de máquinas cai em outubro

Faturamento tem queda de 10,1% em comparação a setembro; carteira de pedidos tem pequena alta de 0,6%

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
27/11/2009 | 07:00
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A indústria de máquinas e equipamentos no Brasil ainda sente os reflexos da crise financeira e as empresas do setor que atuam na região também sentem este impacto, conforme explica o diretor econômico da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Evandro Orsi. Segundo o diretor de financiamento da entidade, Carlos Nogueira, "o Grande ABC é o melhor mercado por metro quadrado para o segmento de máquinas e ferramentas. Porém, isso não ajudou a melhorar o desempenho das empresas locais do setor".

A maré baixa é explicada com o faturamento nacional do setor em outubro, R$ 5,36 bilhões, registrando queda de 10,1% ante setembro. Em contrapartida a carteira de pedidos de vendas aumentou 0,6% em relação a outubro do ano passado.

O faturamento de outubro foi 27% menor em relação ao mesmo período de 2008. E o acumulado entre janeiro e outubro deste ano, R$ 51,72 bilhões, desacelerou 21,2% sobre os dez primeiros meses de 2008. "Essa queda brusca foi principalmente puxada pela descida no faturamento das máquinas de grande porte", afirmou o analista econômico da Abimaq, Daniel Pozenato.

De acordo com Nogueira, 30% do faturamento do setor é proveniente das grande máquinas. "O pessoal está fazendo pedidos de vendas de máquinas grandes, mas o buraco negro se dá pelo baixo número de pedidos no ano passado, devido à crise financeira", acrescentou.

"As coisas devem piorar. No mês passado, prevíamos fechar o ano com queda acumulada de 15% no faturamento bruto. Agora, já consideramos 20% a menos", destaca o vice-presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza.

Ele critica a atuação do governo e comenta que empresas do setor podem quebrar. "Devido à CND (certidão negativa de débito), cerca de 70% das empresas não conseguem financiamento do governo. Sem contar que será necessário a criação de medida provisória para aumentar o prazo do Finame PSI (Financiamento de Máquinas e Equipamentos - Programa de Sustentação do Investimento), que termina no dia 31 de dezembro."

O Finame PSI, programa de crédito do BNDES(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), possui carteira de R$ 44 bilhões às empresas. Nogueira diz que "com novo plano de incentivo fiscal, o setor sairia rapidamente da situação de crise".

VENDAS - Os pedidos de vendas do setor apresentaram recuo menos agressivo, com 3,1% no acumulado dos dez meses, contra o mesmo período de 2008. "Não consolidamos nada em novembro, mas o percentual deve ser mantido no final deste mês", diz Nogueira. Quando o resultado é comparado com setembro, o decréscimo foi de 0,3%."As vendas estão voltando ao normal por que, para fechar negócios, passamos descontos de até 20%. Ou seja, o faturamento continua baixo", diz Nogueira.

Representantes do empresariado da região classificam como natural o desempenho ainda fraco do setor na comparação com outros segmentos. "Projetos maiores, que dependem de engenharia, ainda demoram um pouco mais para reagir", afirmou o diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Pualo), Mauro Miaguti.




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