O Santo André ganhou não apenas outra motivação após a chegada do técnico Itamar Schulle, há três rodadas, como também novos espírito e postura, mais aguerrido, de lutar até o fim. E é desta forma que o time pretende encarar o Tupi - lanterna da chave -, às 15h30 de hoje, no Estádio Bruno Daniel (com portões fechados), necessitando da vitória para seguir com chances de buscar a classificação à segunda fase do Brasileiro da Série C.

Como construiu a carreira no futebol do Sul do País (comandou times do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), Schulle trouxe o estilo de jogo mais pegado, priorizando a marcação. Assim, o time se acertou e somou desde então uma vitória, um empate e uma derrota, deixando a zona de rebaixamento do Grupo B.

Outro responsável pelo comportamento diferente do Ramalhão é o preparador físico Jurandir Godzicki, que chegou do Novo Hamburgo há três semanas, tem trabalhado duro e cobrado bastante do elenco. "Estamos com mais perna, mais fôlego e incorporamos o espírito gaúcho do Itamar (que é catarinense), que organizou o time com postura guerreira e competitiva", destacou o volante Batata, que reaparece no time em razão da suspensão de Mineiro.

"É um jogo em que a vitória é de suma importância para a gente. Respeitamos o adversário, mas vamos fazer o melhor, porque os três pontos ainda nos encaminham à classificação, nos deixam em situação de brigar pelo G-4", completou Itamar Schulle.

Com esse pensamento, o jogo é considerado mais uma decisão, que pode definir o destino ramalhino na Série C. "Se a gente ganhar ainda mantém viva a chance de classificar e subir, mas se tiver resultado adverso, vamos ter que nos contentar a brigar para não cair", destacou Batata.

Além da entrada do volante, Schulle promoverá outras mudanças no Ramalhão. O goleiro Marcelo Bonan, que cumpriu suspensão diante do Oeste, retorna ao time e substitui Gustavo. Juninho, expulso diante do time de Itápolis, também está fora e abre vaga a Junai.

Na lateral direita, Alex está vetado pelo departamento médico. Marcelo e o recém-chegado Nequinha brigam pela posição. E, na zaga, Sandoval entra no lugar de Tyrone Power. Portanto, não são apenas mudanças obrigatórias como também por opção. "Trabalhamos com duas formações e duas opções de jogo", despistou o treinador andreense.

Zagueiro Sandoval vive expectativa de retorno após mais de um ano

Santo André ainda brigava contra o rebaixamento na Série C de 2011 na última vez que o zagueiro Sandoval participou de jogo oficial pelo clube, no dia 4 de setembro, contra o Caxias. Depois disso, sofreu lesão no ligamento cruzado do joelho direito que, desde então, o afastou dos gramados. Hoje, porém, ele será a grande novidade do Santo André para o duelo contra o Tupi.

Para o defensor, o jogo tem ares de recomeço. "Muita coisa passou, mas só tiro as boas. As negativas não guardo. Graças a Deus estou recuperado, com a oportunidade de voltar e sei que posso ajudar de alguma forma, porque de fora só podia torcer pelos companheiros", disse Sandoval.

Durante o Paulista da Série A-2, o zagueiro ainda recuperava-se da cirurgia no local. Mesmo assim, fazia questão de acompanhar todos os jogos da equipe. Na Série C, esperava por chances com Claudemir Peixoto, com quem trabalhara anteriormente, o que não aconteceu. Assim, restou a Itamar Schulle dar a oportunidade.

"Quando ele chegou perguntou se eu estava pronto e falei que estava. Infelizmente não fui para o jogo (sentiu lesão antes da partida contra o Vila Nova). Agora, mais uma vez está me dando confiança e estou mental e fisicamente bem, sem nenhum receio", concluiu o zagueiro.

Ramalhinos prontos para jogo ‘perigoso' contra o lanterna

O Tupi parecia fadado ao rebaixamento desde as primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro da Série C. A campanha instável logo deixou o time em situação complicada. Trocas de treinador e renovação do elenco, porém, deram nova vida à equipe de Juiz de Fora, que vencendo hoje o Santo André pode até deixar a zona de rebaixamento do Grupo B. É exatamente por este motivo que os ramalhinos estão atentos com o adversário.

"A responsabilidade de vencer é toda nossa, mas já vi muitos times em situação ruim na tabela vir para ‘matar ou morrer' e acabar surpreendendo. É jogo perigoso", alertou o volante Batata. "Se estivéssemos na situação deles, viria para o jogo da vida. Então esperamos que venham para cima da gente e isso vai deixar a partida aberta", emendou o atleta.

Segundo o técnico Itamar Schulle, o Tupi foi um dos quatro times que mais contrataram com o campeonato já em andamento. "Mas nos últimos jogos tem mantido a base e dado sequência ao time, então estão com bom entrosamento, são bom time", destacou.

Da mesma forma que o Ramalhão, os mineiros encaram o duelo como decisão. "Não sei se é o jogo mais importante da história do clube, mas nesse momento, para nós, é", destacou o goleiro Rodrigo. O técnico Roy tem apenas uma dúvida para a partida, se entra com Hugo ou Michel Cury no meio campo.