Um milhão de dólares não foi suficiente para a tenista sérvia naturalizada australiana, Jelena Dokic, calar seu pai e ex-treinador Domar Dokic. O sérvio declarou ao jornal de seu país, Kurir, que pensou em jogar uma bomba atômica sobre Sydney, depois de ver a filha ser derrotada pela francesa Virgine Razzano na primeira rodada do Aberto da Austrália. “Também pensei em matar um australiano para me vingar, mas isso não acrescentaria em nada”, disse Dokic. O polêmico ex-treinador, que há dois anos recebeu da filha a quantia em dinheiro após o rompimento entre eles, declarou que a Austrália, com a ajuda da Croácia e do Vaticano, fez uma lavagem cerebral em Jelena. A tenista trocou de técnico e deixou de falar com o pai há dois anos. O piloto brasileiro Enrique Bernoldi, ex-namorado de Jelena, e os escândalos de Dokic foram os pivôs do rompimento.

O fato é que Dokic jamais aceitou o fato da filha ter decidido voltar a representar a Austrália e abandonar o passaporte da Sérvia e Montenegro, que assumiu em 2001. Ele chegou a dizer que pediu o apoio de políticos de seu país para organizar o seqüestro de Jelena. “Porém, apenas dois estavam dispostos a me ajudar”, lamentou.

A atleta nasceu em Belgrado, mas se mudou para a Austrália com a família em 1994, quando tinha 11 anos. No país, se tornou uma das jogadoras mais promissoras de sua geração. Em 2000, Jelena foi vice-campeã do Torneio de Wimbledon e, em 2002, chegou à quarta colocação do ranking de entradas da WTA (Associação das Tenistas Profissionais).

No entanto, as pressões insuportáveis de seu pai e os constantes escândalos protagonizados por ele fizeram com que Jelena desabasse no ranking mundial. Atualmente, ela está em 370º lugar. A jogadora declarou guerra a Domar Dokic depois que ele disse ao diário australiano Sydney Morning Herald que considerava o brasileiro Enrique Bernoldi – que namorou Jelena entre 2001 a 2003 – um idiota. Hoje, Bernoldi é piloto de testes da Honda. Domar não aceitava o relacionamento de uma sérvia ortodoxa com um católico brasileiro.

A jovem chegou a abandonar o tênis e passou um período em paradeiro desconhecido, provavelmente na Croácia, antes de reaparecer no final de 2005 na Austrália. “Não falei com meu pai em vários anos. Não permitirei que perturbe meu bem-estar. Morar na Austrália foi uma boa decisão”, comentou a tenista, ao tomar conhecimento das declarações de seu pai.

Grand Slam – O suíço Roger Federer, número um do mundo, passou com facilidade pelo alemão Florian Mayer por 3 sets a 0 (6/1, 6/4 e 6/0), e avançou à terceira rodada do Aberto da Austrália. A decepção foi o australiano Lleyton Hewitt, que foi derrotado pelo argentino Juan Ignacio Chela por 3 sets a 1 (6/4, 6/4, 6/7 (8/10) e 6/2). Pelo feminino, Martina Hingis continua sua escala rumo ao título da competição. Ela superou a finlandesa Emma Laine por duplo 6/1.