Confidencial Titulo
Momentos, situações e condições opostas
Por Dérek Bittencourt
12/01/2021 | 00:01
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O futebol do Grande ABC tem das suas peculiaridades, permitindo situações tão impressionantes que nem parecem reais. Mas fatos recentes mostram que tradição e divisão podem não significar nada sem um comando firme, ambicioso e com pessoas comprometidas. Basta colocar frente a frente o caçula Mauá FC e o finalista de Libertadores, Brasileirão e Paulistão São Caetano. De um lado, o Índio – que disputará em 2021 pela terceira vez a Segundona estadual (quarto nível de São Paulo) –, que sequer completou quatro anos de fundação, dá um show de planejamento e atualmente é o único entre os principais times da região a ter um local próprio (mesmo que alugado) dentro da cidade-natal para poder treinar e concentrar, caso da chácara localizada no Jardim Sampaio Vidal, que conta com alojamento para 100 pessoas, campo de futebol, piscina e ganhará novas estruturas para atender às demandas do clube – desde a base até o profissional. Isso não bastasse, com quatro meses de antecedência (caso a competição comece mesmo em abril, como tradicionalmente ocorre), anunciou o técnico Tássio (velho conhecido da torcida do Santo André, clube no qual conquistou a Copa do Brasil de 2004 e participou da Libertadores de 2005), que nas duas últimas temporadas esteve à frente do conterrâneo Grêmio Mauaense. A intenção da diretoria é conquistar o acesso neste ano, depois da quinta colocação em 2020. E contar com uma estrutura fixa para trabalhar, poder formar valores (inclusive estão sendo realizadas seletivas do sub-11 ao principal no centro de treinamento) e criar identificação são pontos fundamentais, um golaço do Mauá FC antes mesmo de a bola rolar. Parabéns ao presidente Vagner Tegi, vice Betinho Dragões e diretor administrativo Gilson Mota pelo grandioso trabalho.

Do outro lado, porém, o Azulão, faltando apenas 47 dias para a estreia na elite do Estadual, contra o Palmeiras, segue devendo aos jogadores a maior parte dos salários referentes ao ano passado e a única novidade depois de muito tempo foi divulgada ontem à noite: a contratação do técnico Wilson Júnior, ídolo do vizinho São Bernardo FC, onde tanto jogou como foi treinador. Mesmo assim, a situação azulina é amplamente preocupante, ainda mais se tratando de agremiação reconhecida nacional e internacionalmente pela rápida ascensão, pelo brio e pela superação – que o fizeram ganhar a alcunha de Pequeno Gigante –, mas que, desde o ano passado, vem colecionando vexames, como a goleada por 9 a 0 sofrida para o Pelotas ou o WO diante do Marcílio Dias, ambos pela Série D do Brasileiro, os diversos processos na Justiça trabalhista ou as greves dos jogadores, que estão há meses sem receber salário. De quebra, alguns atletas ainda aguardam contato ou, no mínimo, uma satisfação, mas estão simplesmente ao Deus-dará, com série de contas vencidas e cercados de incertezas. Fiquei sabendo que o presidente Nairo Ferreira de Souza fez promessas para alguns jogadores de renovar com eles caso permanecessem até o fim da temporada passada. Porém, os mesmos ainda não receberam nenhum telefonema ou mensagem desde o fim de 2020 e estão bastante ansiosos, vivendo dessa expectativa e correndo o risco de os dirigentes fecharem uma parceria que vai trazer um elenco completo e descartá-los com uma mão na frente e outra atrás. Seria muita cara de pau! Mas, devo admitir, não seria nada surpreendente. Infelizmente. Quem te viu, quem te vê, São Caetano!

FORÇA PAULISTA!
Neste fim de semana que passou, Mirassol e Novorizontino conquistaram o acesso no Campeonato Brasileiro da Série D e, portanto, disputarão a Série C no segundo semestre deste ano. E isso beneficiou Inter de Limeira e Ferroviária que, em razão da promoção da dupla e, em consequência de suas colocações no Paulistão de 2020 (11º e 13º, respectivamente), automaticamente se garantiram na Série D. Assim, o futebol de São Paulo terá 17 times nas quatro divisões de 2021, mostrando a força do Estado e comprovando que a Série A-1 é o torneio regional mais competitivo do País (dos 16 participantes, somente o São Caetano não estará em algum torneio nacional). Inclusive, a própria Série A-2 tem reflexos deste poder paulista, afinal, é a divisão onde se encontram Portuguesa (campeã da Copa Paulista e que estará na Série D) e Oeste (que luta contra o rebaixamento na Série B e, no mínimo, estará na Série C). Ah, e vale lembrar – e ressaltar – que o Marília, que integra a Série A-3, ganhou vaga na Copa do Brasil em razão do vice-campeonato da Copa Paulista.

A distribuição dos 15 paulistas da Série A-1 no Nacional de 2021 ficará da seguinte forma, Série A: São Paulo, Palmeiras, Santos, Corinthians e Red Bull Bragantino; Série B: Guarani, Ponte Preta (ambos, porém, ainda podem ser promovidos para a elite) e Botafogo de Ribeirão Preto (que briga contra o rebaixamento); Série C: Ituano (que ainda luta pelo acesso), Mirassol e Novorizontino (dupla que segue na disputa pelo título da Quarta Divisão); e Série D: Inter de Limeira, Ferroviária, Santo André e São Bento (recém-rebaixado da Série C). 




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