A passagem de ônibus municipal em Ribeirão Pires está mais cara a partir desta quinta-feira. A tarifa passa dos atuais R$ 1,75 para R$ 2, seguindo o mesmo reajuste aplicado em outras quatro cidades da região: Santo André, Mauá, São Bernardo e Diadema. No Grande ABC, apenas São Caetano e Rio Grande da Serra ainda não aderiram ao aumento.

Segundo a AETC/ABC (Associação das Empresas de Transporte Coletivo do ABC), o reajuste de 14% é uma resposta às perdas que o setor sofreu nos últimos dois anos, data do último aumento de tarifa. O principal argumento levado à mesa de negociações foi o aumento do óleo diesel, que movimenta os 1,9 mil ônibus que circulam na região.

Desde 2002, o combustível, que os empresários dizem corresponder a 15% do valor da

passagem, subiu de 56% a 58%, de acordo com planilhas de custos do setor. Variação que é contestada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Segundo o órgão do governo federal, o reajuste médio do óleo diesel no acumulado do período foi de apenas 21%.

Na quarta-feira, em Ribeirão Pires, o clima entre os usuários era de indignação diante do reajuste. "Uma passagem não vale tudo isso. Todos os dias espero quase uma hora o ônibus chegar. A viagem é desconfortável e chego cansada em casa", afirma a dona de casa Maria Aparecida Barros, 32 anos.

Maria Aparecida mora longe do trabalho, o que inviabiliza a ida a pé. "Nunca tentei fazer o percurso a pé. Mas se morasse mais perto, essa seria uma boa alternativa para economizar uns trocados", acredita.

Para a vizinha de Maria Aparecida, a também dona de casa Eleni Pereira, 26 anos, o reajuste da tarifa a obrigará a passar mais tempo em casa. "Quase todos os dias pego ônibus para fazer compras no Centro porque onde moro não tem nenhum mercado grande. Agora vou fazer compras maiores, para usar menos o ônibus", raciocina Eleni.