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Lojas fecham mais cedo por medo de usuários de droga
07/01/2012 | 07:09
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O deslocamento dos viciados da cracolândia, na região da Luz, no centro de São Paulo, já obriga comerciantes a baixar as portas mais cedo em alguns pontos de Santa Cecília e causa conflitos entre usuários de drogas e seguranças patrimoniais em Higienópolis.

Dono de uma loja de móveis usados, Caetano da Silva, de 49 anos, fechou seu estabelecimento na Avenida São João 1h30 antes do habitual. "Fecho geralmente às 19 horas. Agora, não passo das 17h30 com esses craqueiros aí". Segundo ele, o movimento caiu no mínimo 50% desde o início da operação da PM na cracolândia. "As pessoas ficam com medo de vir aqui com a rua cheia de gente fumando crack".

O estacionamento em que Maria Lopes, de 56 anos, trabalha estava vazio ontem. "Às vezes, há umas 50 pessoas usando drogas aqui na frente. Mudaram a cracolândia de lugar", diz ela, que também fechou o estacionamento antes do previsto. O ponto de Santa Cecília que concentrava maior número de dependentes, mais de 50 pessoas, era a Rua Júlio Marcondes Salgado. Os usuários dominaram uma calçada inteira, na frente do antigo prédio do Ministério da Educação. A via inteira tinha cheiro de urina. Os traficantes atuavam livremente na área. Bem vestidos, eles passavam pela área dizendo "pedra, pedra". Segundos depois, a "mercadoria" acabava e eles seguiam.

A expulsão de usuários de crack da Luz já causa efeitos também em Higienópolis. A reportagem presenciou um homem sendo agredido por um vigilante após urinar na Rua Baronesa de Itu. "O segurança bateu na minha nuca", disse o morador de rua, que se identificou como Fábio Santos Ribeiro, de 33 anos. Demonstrando bastante confusão mental, ele diz ter saído da cracolândia após a intervenção da polícia. Depois do incidente, o vigilante agressor saiu do local.

O gerente da padaria Baronesa, Francisco das Chagas, de 33 anos, afirmou que o estabelecimento vem sofrendo uma "invasão". "Estamos tendo muitos problemas. Ninguém mais consegue trabalhar direito", afirma. O segurança Alexandre Almeida, de 33 anos, que trabalha em uma loja de sapatos de Higienópolis, confirma o trabalho extra para manter os viciados longe das calçadas das lojas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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