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Ata do Copom deve sinalizar rumo econômico

Reunião do Banco Central será na terça e quarta-feira e analisará sustentabilidade da recuperação econômica

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30/08/2009 | 07:00
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A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) será o principal instrumento de comunicação do Banco Central com o mercado entre o encontro do comitê, na terça e na quarta-feira, e a sua divulgação no dia 10 de setembro. Será a ata, de acordo como economista-chefe da Convenção Corretora de Valores e Câmbio, Fernando Montero, que vai balizar a forma como o BC avalia os sinais e a sustentabilidade da recuperação econômica.

O economista impõe um peso maior à ata porque, a seu ver, o comunicado que a diretoria do BC distribui tão logo termina a reunião do Copom não acrescentará muita informação. A decisão em si, segundo Montero, será pela manutenção da Selic nos atuais 8,75% ao ano por unanimidade e sem viés. Para ele, se fosse para o Copom cortar mais a taxa básica de juros, já teria sinalizado para essa possibilidade.

"Desde a última reunião, os sinais da demanda surpreenderam para melhor, especialmente em indicadores importantes para o consumo como o varejo, o mercado de trabalho e os rendimentos. Também na confiança, no crédito à pessoa física e nos gastos federais", lista o chefe do Departamento Econômico da Convenção Corretora.

PIB MELHOR - Na avaliação de Montero, não se pode subestimar o impacto da queda exportadora na indústria ainda que, paradoxalmente, se espere uma contribuição externa bastante positiva - via contração das importações. Esta demanda externa líquida deve contribuir para um PIB melhor no segundo trimestre. "Os investimentos continuam de lado, o que é natural neste ciclo em que eles precisarão ser puxados pela economia muito antes de qualquer coisa", diz Montero, para quem a produção industrial de julho, a ser conhecida na segunda-feira, deverá ser influenciada pela recuperação de segmento pesados de intermediários que a modelagem da Convenção tem dificuldade de capturar.

De qualquer forma, diz o economista, as expectativas de crescimento no mercado vêm melhorando e a economia global, por fim, assusta menos. "O quadro de inflação melhorou, mas não o suficiente para justificar uma mudança de cenário básico que, no comunicado de julho, declarava que ‘esse patamar de taxa básica de juros é consistente com um cenário inflacionário benigno, contribuindo para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas ao longo do horizonte relevante, bem como para a recuperação não inflacionária da atividade econômica'", destaca Montero.




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