O município de Santo André se retirou, oficialmente, do grupo de trabalho que vai desenvolver o projeto de um parque tecnológico no Grande ABC. A renúncia foi oficializada ontem à tarde pelo secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, Vanderlei Retondo, durante a primeira reunião do grupo, que buscava delinear os primeiros passos da iniciativa.

"Desde quando o Alckmin (Geraldo Alckmin, secretário de Desenvolvimento do Estado de São Paulo) esteve aqui, sinto que estamos sendo tolhidos de qualquer participação no projeto", revelou Retondo, secretário do município comandado pelo petebista Aidan Ravin.

Alckmin visitou o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC no último dia 3 para o lançamento do GT (grupo de trabalho) do Parque Tecnológico. Problemas de protocolo teriam iniciado o ressentimento. Na solenidade, não foram citadas as prefeituras da região, exceto Diadema, já que Luis Paulo Bresciani, secretário do Desenvolvimento Econômico do município, adminstrado pelo petista Mário Reali, está no comando do grupo.

Para Bresciani, a notícia da retirada de Santo André foi recebida com absoluta surpresa. "Em momento algum houve discussão em torno da participação de Santo André no GT. Esse é um desafio que o grupo está topando construir junto. Mas parece que o município tem a opção de caminhar isolado, o que é uma pena do ponto de vista regional", salientou.

De fato, a Prefeitura de Santo André não descarta a ideia de conduzir o projeto de um parque tecnológico sozinha. "Temos áreas disponíveis (exige-se espaço mínimo de 200 mil m² não necessariamente no mesmo local) para sediar a iniciativa. Por que não tocá-la sozinhos?", provocou.

No encontro do núcleo de secretários de Desenvolvimento Econômico, realizado quinta-feira, seria discutida a coordenação do GT do Parque Tecnológico. Porém, isso não ocorreu, já que o secretário de São Caetano, Celso Amâncio, não compareceu e Retondo saiu antes do fim da reunião.

Segundo fontes próximas dos envolvidos, ele já havia sinalizado a possibilidade de tocar um projeto sozinho. Questionado sobre essa possibilidade, Bresciani afirmou que o governo do Estado teria de se decidir entre os dois projetos. "Certamente apenas um seria aprovado para receber a verba estadual. Acho que Santo André se precipitou, pois nada impede que, no decorrer do processo, se chegue à conclusão de que o município sediará o parque."

Entre os municípios cotados para abrigar a matriz do parque estão Santo André e São Bernardo. Porém, o que se defendeu na reunião de ontem foi o seu loteamento em polos nas cidades da região, conforme a vocação de cada uma.

"São Bernardo tem interesse em desenvolver o seu polo. Nada foi discutido a respeito de constituir uma única sede em algum terreno do município, embora haja espaço", explicou Ronaldo de Paula, assessor da ssecretaria de Desenvolvimento Econômico da cidade. Bresciani ressaltou que vai tentar convencer Santo André a voltar ao grupo.