Economia Titulo Sem crise
Serviços básicos são aposta para o próximo ano

Empresas produtoras de artigos básicos terão sucesso nos primeiros balanços depois da crise financeira

Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
14/12/2008 | 07:01
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Quem sonha em deixar de ser empregado e abrir o próprio negócio em 2009 não precisa se sentir ameaçado pela crise financeira internacional. Além do setor de serviços, grande aposta do mercado para a próxima década, empresas produtoras de artigos básicos terão sucesso nos primeiros balanços depois da crise financeira.

Itens associados a necessidades básicas não perderão seu espaço desde que caibam no bolso do consumidor. Para o curtíssimo prazo, Marco Aurélio Bedê, gerente do Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), abrir uma empresa que produza artigos ou serviços essenciais de baixo custo é decisão estratégica. "Produtos e serviços que não dependem de crédito não sofrerão com a crise", explica.

No entanto, é preciso cuidado com a concorrência na região de atuação. "É fundamental fazer um planejamento estratégico, procurar fornecedores, identificar o mercado consumidor e mapear os possíveis concorrentes. É bom evitar regiões onde haja outros serviços ou produtos parecidos com nome já estabelecido." Essas informações devem constar do plano de negócio do futuro empreendedor, fundamental para o sucesso da nova empresa.

Para o médio e longo prazo, a aposta apontada pela pesquisa do Sebrae Cenários para as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do Estado de São Paulo 2009/2015 fica, em especial, para o setor de serviços.

Nesse grupo, lideram os serviços em informática, com previsão de alta de 12% ao ano, seguido pelas atividades de transporte terrestre e atividades auxiliares de intermediação financeira, com avanço previsto de 8,4% ao ano. Os destaques do comércio são dos segmentos de materiais e equipamentos para escritórios e informática, para os quais está previsto crescimento de 12,5% ao ano no número de empresas. Em segundo lugar vem o comércio de autopeças, com alta de 7,7% ao ano e quitandas, avícolas e sacolões, com avanço de 7,1% ao ano.

Na indústria, o destaque vai para o ramo de fabricação de máquinas e equipamentos, com elevação das atividades prevista em 7,5% ao ano. As atividades de edição e gráfica devem crescer em 5,6% e confecção de artigos do vestuário, 5% ao ano.

Para Bedê, a mudança nas tendências se deve à nova condição da população nacional. A subida no nível de escolaridade do cidadão e a crescente expectativa de vida criam novos públicos-alvo para os futuros empreendedores. "Serviços e produtos voltados para idosos e atendimentos no setor de informática terão muito mais público que atualmente", prevê o gerente.

Bedê não vê a redução na oferta de crédito com preocupação. "Hoje a oferta é melhor que há dez anos, mesmo com a crise. O Banco do Povo e os créditos do BNDES também estão muito mais disponíveis."




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