Sérgio Soares atuou como se fosse um verdadeiro comandante de um barco que que soube achar o rumo da elite do futebol brasileiro. Aos poucos, o técnico superou a desconfiança daqueles que não o queriam de volta.

Nem a conquista da Copa do Brasil de 2004 como comandante de campo contra o Flamengo - Péricles Chamusca, suspenso, permaneceu nas tribunas do Maracanã - parecia servir de pretexto para apagar as possíveis divergências. "Me chamavam de retranqueiro. Era uma palavra isolada nos bastidores do clube ou no site de uma torcida virtual. Logo eu que nunca mandei meu time se fechar. A minha ótica é sempre ofensiva", reage.

Nem levavam em conta o passado recente de um volante de muita raça que se impunha em defesa do Santo André. Apesar de tudo, os bons resultados e o comportamento acessível alteraram a imagem de um personagem ocasionalmente contestado. "Na vida, a gente não pára de aprender, não é mesmo? Reformulei alguns conceitos. Retornei muito mais experiente", desabafa.

Houve injustas resistências, mas, como aconteceu no caso de Marcelinho Carioca, o presidente Ronan Maria Pinto bancou a recontratação de Sérgio Soares.

Atualmente, Sérgio Soares é adepto do 4-4-2. Surpreendentemente, até Dedimar - capitão na conquista histórica da Copa do Brasil - perdeu espaços na campanha da Série B do Campeonato Brasileiro, a exemplo do volante Juninho, que cedeu a vaga para o não menos raçudo Willians.

"Se eu fosse explicar a nossa regularidade, não teria nenhuma dúvida em atribuir tudo à união e à experiência dos meus atletas. A maioria já rodou muito. Sem falar de um grande goleiro, como é o Neneca, temos Dedimar, Fernando, Marcelo (Marcelinho Carioca), Márcio (Mixirica), Jeferson e outros que ditaram a nossa regularidade. Me refiro ao Cicinho, Alexandre, Marcel, Douglas, Jaílson, Arthur, Elton e à garotoda toda que correspondeu às minhas expectivas", elogia Sérgio Soares, que atribui a bela campanha principalmente ao moderno gerenciamento implantado no clube.