Nascido no dia 15 de dezembro de 1922, Delio de Barros Velloso, nas urnas creditado como Engenheiro Velloso (PRB), é o candidato mais velho do Brasil. Aos 91 anos, o postulante a deputado federal pelo Estado de São Paulo deixa de lado as nove décadas vividas para sentenciar: tem discurso de inovação e renovação na política.

Velloso gaba-se por ter ideais futuristas. Ou como ele mesmo diz, “avançadas, para o próximo século”. “Sou idealista, mas sei que não será tudo resolvido em apenas um governo. Vai demorar gerações. Precisamos de pessoas que pensem a longo prazo. E quero dar o pontapé inicial na bola”, afirma o republicano.

Engenheiro e ex-coronel da extinta Força Pública, instituição que antecedeu a Polícia Militar no Estado, ele garante ter plena saúde para encerrar o mandato, daqui quatro anos, quando teria 95 anos. “Meu neurologista e geriatra falam que estou 30 anos mais moço pelo meu estado físico e mental.”

Filiado no mesmo partido de Celso Russomanno, puxador de votos do PRB, Velloso vai figurar nas urnas pela segunda vez em seus 91 anos de vida. A primeira foi 40 anos atrás, quando tentou cadeira na Assembleia Legislativa. Não obteve sucesso.

O tempo afastado da política, entretanto, não é empecilho, segundo o engenheiro. Ele disse que, desde que se aposentou, em 1972 – 42 anos atrás – passa os dias analisando São Paulo e seus dramas. “Me aposentei em 1972 e não parei no tempo. Estudei os problemas sociais e cheguei à conclusão que eles são causados pelo próprio povo. Minhas ideias são para resolver esses problemas. O governo não pode ser contra a população. Eles têm que trabalhar juntos.”

Com saúde de pessoa com 62 anos, de acordo com veredicto de seus médicos, Velloso projeta que enfrentará resistência na Câmara Federal por ter planos tão à frente da sociedade. “Minhas ideias são muito avançadas. Terei resistência fenomenal caso entre no governo. Precisamos de reforma política e social. Os políticos precisam entender que o governo é democrático, do povo. O mau do Brasil é que as pessoas pensam só em si. Temos de pensar em toda sociedade”, avaliou. “Sempre sofri algumas objeções sobre minhas ideias avançadas, mas consigo fazer resistência igual ou maior, pegando pessoas adequadas para me ajudar.”

Como exemplo de sua “resistência”, Velloso citou a criação da Coopmil (Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Policiais Militares e Servidores da Secretaria dos Negócios da Segurança Pública do Estado de São Paulo). “Fundei a entidade há 25 anos. Todo mundo falou que era bobagem, que não ia conseguir, mas tenho tenacidade muito grande. A cooperativa começou com 20 pessoas e agora está servindo 65 mil famílias das polícias Militar e Civil”, explicou. “Precisamos acreditar que podemos fazer”, emendou o republicano, que tem projetos de Habitação “mais ou menos prontos” para área. “Quero implantar modelo de moradia digna e de qualidade para a população a preço de custo. Em vez de dar a casa pronta, vamos dar a possibilidade da pessoa trabalhar na obra. Ela tem de participar para gostar mais da casa e não agredi-la, como é feito hoje.”