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Analistas apostam que Copom elevará juros em 0,5 ponto percentual
16/01/2005 | 18:34
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O primeiro Comitê de Política Monetária (Copom) de 2005 decidirá por mais uma alta de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 18,25% ao ano, na avaliação de 33 analistas de um total de 48 consultados pela Agência Estado. Se este nível de aumento for confirmado, esta será a quarta elevação consecutiva nesse ritmo.

Um grupo menor, mas mais fortalecido do que no mês passado, prevê uma elevação de 0,25 ponto porcentual, arredondando a taxa para 18% ao ano. Quatorze economistas fazem parte deste grupo ante apenas quatro que apresentaram esta estimativa em dezembro. Com a previsão de estabilidade, aposta isoladamente a MCM Consultoria.

A menos que esta última instituição acerte a decisão a ser tomada pelos diretores do Banco Central, a primeira reunião deste ano deve ser responsável pela taxa básica de juros mais alta dos últimos 15 meses. Em outubro de 2003, a Selic estava em 19% ao ano. Na ocasião, os diretores do Banco Central coordenavam exatamente o meio do processo de sua queda, iniciado em junho daquele ano, quando passou de 26,50% para 26%.

Depois daquele mês, houve mais quatro reduções em seis meses até que a Selic atingiu a taxa de 16% ao ano, a mais baixa desde março de 2001 (15,75%). O índice permaneceu nesse nível até setembro do ano passado, quando foi iniciado um novo processo desta vez: o de alta dos juros, que atingiu em dezembro a marca de 17,75% ao ano.

A reunião do Copom terá início na próxima terça-feira e o resultado será divulgado no dia seguinte após a segunda parte do encontro, que termina depois do fechamento do mercado.

Inflação – O ex-diretor do Banco Central (BC) Sérgio Werlang acha que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai ter de manter um juro real na Selic (taxa básica) de 12% a 13% ao ano durante uns seis meses, se quiser de fato reduzir o IPCA dos 7,6% registrados em 2004 para a meta ajustada de 5,1% em 2005. Na sua opinião, o BC deveria usar mais a banda (margem de tolerância) de 2,5 pontos porcentuais em torno da meta oficial de 4,5% para 2005. “A banda é para ser utilizada, e aí não precisaria ter o juro real tão alto.”

Armínio Fraga, ex-presidente do BC – e, como Werlang, um dos introdutores do regime de metas de inflação no Brasil, em 1999 –, diz que “o sistema tem mecanismos para lidar com os choques e com a inércia inflacionária”. Para ele, é salutar que se discuta o nível da meta, ou a atuação do BC para cumpri-la, mas estes debates não significam que o regime é inadequado. Fraga lembra que o BC “viu a recuperação antes de todo mundo, sozinho, e administrou um crescimento de 5%”.




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