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PCdoB pede mais espaço
para apoiar Mário Reali
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
22/08/2011 | 07:40
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Aliado histórico do PT, o PCdoB de Diadema condicionou apoio à candidatura do prefeito Mário Reali (PT) ao maior envolvimento na administração a partir de 2013, caso o petista seja reeleito. A avaliação comunista é que a legenda, atualmente, tem pouco espaço no governo, a despeito de dar sustentação à gestão. O ministro Orlando Silva (PCdoB) frustrou a expectativa da militância e não compareceu ao evento, como era esperado.

O primeiro sinal de que o elo pode ser rompido aconteceu ontem, durante conferência do PCdoB na cidade. A sigla acertou que não irá se coligar com o PT para eleição de vereador. E garantiu que o acordo firmado em 2008 e que resultou no triunfo de Reali não será automaticamente renovado para o pleito do ano que vem.

O PCdoB, que hoje não possui nenhuma secretaria, mas conta com cargos em diretoria da Prefeitura, exige ter voz ativa no governo. "Não estamos falando só de cargos, porque esse não é o nosso plano. Queremos participar ativamente das discussões, da formação de projetos e plano de governo. A aliança nos moldes atuais não contempla nossas pretensões", disse o presidente da Câmara, Laércio Soares (PCdoB).

O fim da coligação proporcional com o PT, firmado desde a eleição de 2004, foi aprovado pelos militantes comunistas. A intenção do partido é fazer alianças com siglas menores - está em negociações avançadas com PSC - para eleger, pelo menos, dois parlamentares.

Reali, que compareceu ao evento de ontem, minimizou a decisão do PCdoB. Afirmou que as negociações para formação do arco de alianças para 2012 não foram encerradas e o projeto do PT é manter as legendas que hoje endossam sua administração. "Será uma conversa que não passará só por Diadema. Levaremos essa discussão para as executivas estadual e nacional, porque o PCdoB é um aliado histórico", ressaltou o prefeito.

Outro debate pautado para 2012 é a escolha do vice na legenda petista. Cotado para assumir o posto, Laércio garantiu que os comunistas irão priorizar o Legislativo. "Não tem motivo para indicar o vice se não conseguirmos eleger pelo menos um vereador. Seria retrocesso."

PT e PCdoB entraram em rota de colisão no fim do ano passado, quando Laércio conseguiu desbancar Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), na eleição para presidência da Câmara. Poucos meses depois, o diretório petista aprovou resolução que extinguia coligação proporcional, atitude considerada como represália pelos comunistas.

A parceria entre as duas siglas também está estremecida em outras esferas. A derrota de Netinho de Paula (PCdoB) na corrida ao Senado não foi digerida pelos dirigentes do PCdoB. Alguns integrantes, inclusive, acusam petistas de fazerem campanha para Aloysio Nunes (PSDB) em vez de levantar bandeira para Netinho.

 

AUSÊNCIA

O ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), tinha presença garantida na conferência do PCdoB de Diadema ontem. Porém, cancelou a visita alegando que estava em reunião em Campinas devido à cassação do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), ocorrida na madrugada sábado. Laércio afirmou que irá agendar nova visita do ministro para os próximos 15 dias.




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