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Prefeito de S. Bernardo toma posse no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC
Do Diário do Grande ABC
Com Diário OnLine
14/01/2005 | 15:29
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O prefeito de São Bernardo, William Dib (PSB), assumiu nesta sexta-feira a presidência do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. A cerimônia foi realizada pela manhã, na sede do Consórcio, em Santo André. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que é presidente do Conselho Deliberativo da Câmara Regional, deu posse a Dib.    

A escolha de Dib para a presidência do Consórcio foi fortemente influenciada por sua proximidade política com o governador e pelo peso político que representa a reeleição com cerca de 77% dos votos em uma cidade com orçamento anual de R$ 1,3 bilhão. O candidato da vez apontado nos bastidores até a véspera da eleição era o prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSDB). A eleição do chefe do Executivo de São Bernardo foi também uma vitória do trio de prefeitos reeleitos – além de Dib, João Avamileno (PT), de Santo André, e José de Filippi Júnior (PT), de Diadema –, que defenderam a escolha de um deles para presidir a entidade.

Parceria – A proximidade entre Alckmin e Dib, forjada com base nos mais de oito anos de parceria entre o Palácio dos Bandeirantes e o grupo político que governa São Bernardo, poderá garantir, no Grande ABC, uma forte base de apoio para consolidar a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana. É mais uma conquista para aumentar o peso político de Alckmin entre os 39 municípios da metrópole. O governador já havia obtido espaço importante quando o tucano José Serra assumiu a Prefeitura de São Paulo.

O cientista político Fernando Abrucio deixa claro que “é óbvio” e “legítimo” o interesse do governador em incluir o Consórcio Intermunicipal no alinhamento de forças políticas que contribuirão com a criação da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana. Para ele, a influência sobre a Região Metropolitana é passaporte para que os tucanos alcem vôos políticos mais altos em 2006. “Se queria conquistar e conquistou, é ótimo. Isso é o importante. O que não podemos é criar divisões que se sobreponham aos interesses da região, porque senão teremos sístoles e diástoles, como diriam os médicos. Precisamos de políticas públicas de longo prazo”, afirmou.

Abrucio deixa clara a importância de que, além da dimensão política, o governador firme de fato compromissos com a futura Agência Metropolitana, como reservar certa quantia da arrecadação de impostos para a entidade. “Se for apenas para aproveitar o momento político, acho que vamos ter algumas ações que não vão prosperar. Não há solução de curto prazo. Veja o Fura-Fila (obra inacabada na avenida do Estado), o impacto que tem na região do Grande ABC.”

Na avaliação de Abrucio, a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana é a melhor aposta para a região. Para ele, o Grande ABC sofre muita influência de outros municípios que não estão no consórcio, que são cidades-dormitório, que têm impacto sobre a região e carecem de investimentos. Mas ele faz um alerta: “Se o governador estiver interessado, ele tem de obrigar que os próximos governadores tenham obrigação forte, que se disponham a gastar dinheiro, para falar sério.”

Abrucio afirmou que o governador paulista tem obviamente amplo interesse político na região, porque embora tenha perdido governos locais, o PT ainda detém mais votos do que o governo do Estado nas sete cidades. “Acho também que o Alckmin aposta no Consórcio tentando mostrar que é uma política de governo, como fez na Baixada Santista. Se isso colar no ABC, será favorável. Acho inclusive que os prefeitos do PT não fariam oposição a isso. Mesmo porque a maioria não está interessada nas eleições de 2006. Isso é uma condição que pode dar mais fôlego ao Consórcio, que é um gato de sete vidas.”

Simbolismo – Embora faça parte do protocolo do Consórcio Intermunicipal, o momento em que Alckmin empossa o novo presidente foi carregado de simbolismo. Esta é a primeira vez desde 1997 que o governador encontra mais aliados do que adversários políticos na instituição. A expectativa é que a nova composição política favoreça resultados mais práticos para a região. Até agora, com maioria petista, os prefeitos do Grande ABC receberam pouca atenção do governo estadual para os problemas regionais.

Fernando Abrucio afirma que embora a sucessão em Mauá não esteja plenamente definida, Alckmin será politicamente favorecido com um número maior de aliados do que de oposicionistas. O cientista lembrou que a maioria dos prefeitos ainda é inexperiente politicamente. “Acho que o momento é de lideranças mais frágeis, e isso favorece o governo do Estado.” Na avaliação de Abrúcio, pesa contra o favoritismo do Estado no Consórcio o fato de que continuam ligados à oposição o prefeito de Diadema, José de Filippi (PT) – o mais experiente entre os administradores –, e o prefeito João Avamileno (PT), de Santo André – a cidade-sede que (ainda) tem mais peso sobre as decisões do Consórcio Intermunicipal.




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