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Sessões de cinema em Paranapiacaba. Nasce o Carlos Gomes em Santo André. Músicos sob a tela davam vida aos filmes mudos.

Quem diria que 110 anos depois a cidade aniversariante manteria seu primeiro espaço público nascido pelo milagre das primeiras imagens animadas!

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
11/04/2022 | 05:42
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Em sua terceira aula comemorativa à reinauguração do Cine Carlos Gomes, o professor Antonio de Andrade faz uma viagem ao início do século XX, num voo entre São Paulo, Capital, e Santo André, via Paranapiacaba; do Bijou Theatre, passando pelo União Lira, chegando ao futuro Largo da Estátua onde o Cine Carlos Gomes começou.


Uma data para ficar na história: 21 de setembro de 1912. Há 110 anos o cinema chegava a Santo André.

Texto: Antonio de Andrade

Na capital paulista a primeira edificação especialmente construída para promover a exibição de filmes surge em 1907 com o nome de Bijou Theatre.
Anos antes sessões regulares eram feitas, desde 1903, em Paranapiacaba, no salão de festas do clube União Lira para os funcionários da ferrovia inglesa SPR (São Paulo Railway).

Quando, em 21 de setembro de 1912, Vicenzo Arnaldi inaugurou na Rua Coronel Oliveira Lima, no futuro Largo da Estátua, o Cine e Theatro de Variedades Carlos Gomes, a projeção de filmes era uma novidade que começava a se firmar como a principal diversão pública graças ao poder de encantamento das imagens em movimento, acrescido do baixo valor dos ingressos que tornava o cinema acessível a todos os segmentos sociais.

Os filmes exibidos eram mudos e assim continuariam até por volta de 1930. Predominavam os filmes europeus. A duração do filme era informada em rolos ou mesmo metragem.

Na data de inauguração do Carlos Gomes, “O Estado de S. Paulo” anunciava a principal atração no Cine Radium da capital: “A última valsa”, filme de arte com 1.900 metros de extensão.

Os grandes nomes de estúdios, diretores, astros e estrelas só iriam surgir no final da década de 1910 quando tem início a ocupação do mercado exibidor nacional pelo produto vindo dos Estados Unidos. Um exemplo: Charles Chaplin iniciou carreira em Hollywood em 1914.

Os grandes melhoramentos urbanísticos como saneamento (água e esgoto), energia elétrica, telefonia, pavimentação, iluminação e transporte público só chegariam à região após 1912, assim mesmo apenas nos locais próximos ao comércio central.

Nas residências predominavam os fogões a lenha ou carvão, a água vinha dos poços, a iluminação era feita por lampiões a querosene ou óleo diesel, a geladeira era uma caixa de madeira com serragem onde se colocava uma barra de gelo para manter os alimentos resfriados e as roupas eram passadas por um ferro aquecido por carvão em brasa. Os veículos automotores eram raros e todas as ruas eram de terra.

O historiador Octaviano Gaiarsa, andreense, hoje nome do museu da cidade, registra: a frota existente no então Distrito de Santo André em 1924 totalizava 174 registros de propriedade.

Crédito da foto 1 – Acervo: Bruno Manias

CINEMA MUDO. Bifurcação das Ruas Luiz Pinto Flaquer e Coronel Oliveira Lima apontando para a Vila de São Bernardo. Entre as construções, à direita, com duas grandes portas, o salão do primeiro Cine Carlos Gomes. O prédio ainda existe e fica na Praça Embaixador Pedro de Toledo, o Largo da Estátua

DIÁRIO HÁ MEIO SÉCULO
Terça-feira, 11 de abril de 1972 – ano 14, edição 1814

INDÚSTRIA – Swift e Armour anunciam a união das duas empresas.

FUTEBOL – SE Humaitá sagra-se campeã de Santo André: 2 a 1 sobre o IV Centenário.
Copa João Ramalho, no estádio do VW Clube, em São Bernardo: Santo André 2, Diadema 0; São Bernardo 4, Ribeirão Pires 1.
Torneio 25 de Janeiro: na Rua Comendador Souza, Nacional 0, Saad 4.

EM 11 DE ABRIL DE...

1897 - Registrado o primeiro nascimento no Cartório do Juizado de Paz de Ribeirão Pires: José Pedro Cardozo, filho de Benedicto Pedro Cardozo e de Anna Maria de Lima, nascido às 5h20 daquele dia. Seu pai era lavrador e também natural de Ribeirão Pires.

MUNICÍPIO PAULISTA
Hoje é o aniversário de Cafelândia. Elevado a município em 1925, quando se separa de Pirajuí.

HOJE
Dia do Infectologista
Dia do Kung Fu
Dia do Prefeito


SANTOS DO DIA
Estanislau
Gema Galgani (com paróquia no Jardim Ana Maria, em Utinga).

SEGUNDA-FEIRA SANTA. Marca o acontecimento de alguns episódios bíblicos importantes para o cristianismo, como a parábola de Jesus limpando o Templo e Jesus amaldiçoando a figueira

FALECIMENTO 

Elifas Andreato
(Rolândia, Paraná, 22-1-1946 – São Paulo, SP, 29-3-2022)

O ilustrador e artista gráfico Elifas Andreato idealizou capas de discos de nomes importantes do cancioneiro nacional. Um trabalho diferencial, nascido de projetos como a coleção “História da Música Popular Brasileira”, da Editora Abril, da qual foi o responsável pela parte gráfica.

Elifas ilustrou capas de livros, como “A Legião Estrangeira”, de Clarice Lispector. E participou de projetos gráficos de publicações como a revista “Placar”.

Manteve contato regular com a página Memória do Diário quando lançou o “Almanaque de Cultura Popular”. A edição era patrocinada pela companhia aérea TAM, que a distribuía em seus voos. O chamado “Almanaque Brasil” teve duração de 15 anos, entre 1999 e 2014, 180 edições com histórias envolvendo personagens famosos e nem tanto, com uma sessão básica: “Papo Cabeça”.

Elifas Vicente Andreato parte aos 76 anos e seu corpo foi conduzido ao Crematório de Vila Alpina.


Santo André

Julia Matias, 83. Natural de Assis (São Paulo). Residia no Jardim Cristiane, em Santo André. Dia 6. Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Curuçá.

São Bernardo

Aurora Siqueira, 91. Natural de Araçatuba (São Paulo). Residia no bairro Assunção, em São Bernardo. Dia 5. Jardim da Colina.

São Caetano

Dario José dos Santos, 76. Natural de Firmino Alves (Bahia). Residia no bairro Barcelona, em São Caetano. Dia 3. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

Diadema

José Batista dos Santos, 76. Natural de Caririaçu (Ceará). Residia no bairro Conceição, em Diadema. Dia 6. Cemitério Municipal de Diadema.

Mauá

Vicente Roque da Silva, 88. Natural de Ouro Fino (Minas Gerais). Residia na Vila Vitória, em Mauá. Dia 6, em Santo André. Cemitério da Saudade, Vila Vitória.

Ribeirão Pires

Manassés Barcelos, 80. Natural de Alto Rio Novo (Espírito Santo). Residia no Centro Alto de Ribeirão Pires. Mecânico. Dia 6, em Santo André. Vale dos Pinheirais.


 




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