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Em Santo André, vereador insistirá em texto polêmico

Projeto de Rodolfo Donetti prevê autorizar uso de spray de pimenta em escolas da cidade

Arthur Gandini
Especial para o Diário
30/11/2021 | 00:38
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André Henriques/ DGABC


Vereador de Santo André, Rodolfo Donetti (Cidadania) prevê conseguir colocar em pauta, até o final do 1º semestre de 2022, seu projeto que autorizaria o uso de taser (arma de choque) e spray de pimenta por funcionários de escolas situadas na cidade. O parlamentar, que é policial militar , busca apoio para levar o texto a plenário, A medida foi batizada de ‘escola protegida’.

A proposição autorizaria o porte dos equipamentos a professores tanto de escolas públicas como particulares, assim como outros profissionais de educação, a exemplo de inspetores de segurança. Ele afirma ter recebido apoio principalmente de colégios privados e defende que o texto que deve ser levado ao plenário teria função apenas autorizativa, ou seja, sem obrigatoriedade do uso das armas.

O objetivo do parlamentar é evitar que o projeto gere custos ao Executivo e caia no chamado vício de iniciativa, quando um Poder assume a função do outro. A criação de despesas é restrita ao Paço.

A autorização seria permitida aos profissionais sob a condição de passarem por formação voltada ao taser e o spray de pimenta. As armas letais seriam empregadas apenas contra pessoas que invadissem as escolas, segundo o parlamentar. “O professor, o agente da escola ou quem quer que seja vai passar pelo curso. Se ele fizer alguma coisa que contradiz o projeto ou que não era para ter feito, ele vai responder penalmente. Se você usar indevidamente, vai responder”, defendeu o parlamentar, ao comparar a situação com o uso de armas letais por policiais. Donetti atua na PM há 20 anos.

O vereador ressalta a importância da formação para quem lida com armamento, seja letal ou não letal. “O cara tem a disciplina e o autoconhecimento. Ele sabe a hora que ele vai poder usar ou não. Espero que nunca use na vida dele. Vou ter que usar para proteger a minha vida e a de outros. Agora, saiu alguma briga, eu não vou usar”, exemplifica.

Donetti explica que o projeto foi idealizado após a chacina registrada no município de Saudades, no Interior de Santa Catarina. Em maio, um homem invadiu uma creche armado com uma faca e assassinou duas profissionais da unidade e três crianças. Ele tentou tirar a própria vida, mas foi socorrido e detido. “Isso poderia ser o meu filho, o seu filho ou os nossos parentes. Hoje não aconteceu em Santo André, mas quem garante que não possa acontecer outro dia?”, conclui.




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