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Vereador de S.Caetano pede à Justiça para reverter aumento da Zona Azul

Américo Scucuglia sustenta que Tite descumpriu princípio que reza pelo interesse coletivo ao reajustar serviço mesmo tendo aval para manter valor

Júnior Carvalho
do Diário do Grande ABC
06/11/2021 | 00:01
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DGABC


Vereador de oposição em São Caetano, Américo Scucuglia (PTB) entrou na Justiça para tentar reverter decisão do prefeito interino Tite Campanella (Cidadania) em aumentar o valor da Zona Azul em 50%. O parlamentar pediu liminar para suspender os efeitos do decreto que reajustou o serviço de R$ 2 para R$ 3 a hora.

Na ação, Scucuglia sustenta que, entre várias irregularidades cometidas no ato do aumento da Zona Azul, Tite infringiu o princípio da indisponibilidade de bens, em que as ações do poder público têm de preservar o interesse da sociedade. O Diário revelou ontem que Tite promoveu o aumento do estacionamento rotativo mesmo tendo decisão judicial a favor do município. Em suma, a Justiça de São Caetano negou pedido da empresa que gerencia o serviço, a Assistpark Sistema de Estacionamento Rotativo Ltda, para forçar o governo a reajustar os talões e mesmo sem uma decisão final a favor da empresa, a gestão Tite firmou acordo judicial com a exploradora do serviço para reajustar os preços. “O que gera estranheza e justamente por este motivo o opoente apresentou ação de oposição, é pelo fato de que a Prefeitura abriu mão de exercer o seu direito do contraditório e da ampla defesa, e por mera liberalidade achou por bem fazer o acordo (com a Assistpark). Não teria óbice algum se estivéssemos tratando de interesses particulares, contudo, estamos tratando de direito e interesse público”, frisou Américo Scucuglia no processo.

Outro ponto levantado pelo parlamentar diz respeito à legitimidade do secretário de Mobilidade Urbana, Geová Maria Faria, em assinar o acordo de reajuste da Zona Azul. Na ação, Scucuglia resgata as atribuições legais de secretários e defende que chefe da pasta “não possui autonomia para representar a Prefeitura” em acordos em âmbito judicial. “Neste sentido, se tem que o peticionário por parte da Prefeitura Municipal não possui poderes para tal, sendo, no caso, parte ilegítima, motivo pelo qual deverá ser reconhecido e declarado nulo o acordo”, pede o parlamentar, que defende ainda que eventual acerto deveria ter passado por parecer da procuradoria do município. “A bem da verdade a municipalidade possuía alguns entraves para poder editar um decreto com o escopo de aumentar a tarifa, primeiro porque vai contra a opinião pública, o que certamente geraria um desgaste politico enorme. Em segundo, a situação para esse fim se agrava ainda mais uma vez que ainda estamos passando pela maior pandemia da historia, onde houve o empobrecimento das pessoas mundialmente, lembrando, inclusive, que o decreto de calamidade pública no âmbito municipal ainda esta em pleno vigor”, lembrou o parlamentar.

Ao Diário, Scucuglia foi além, emendando que a depender do avanço da ação, vai investir em outra frente contra o prefeito, desta vez no Legislativo. “Podemos protocolar uma CPI ou até mesmo pedir o impeachment do prefeito”, disse.

A ação do oposicionista foi protocolada no fim do mês passado e até agora não há decisão judicial. O governo Tite argumenta que o aumento da Zona Azul ocorreu para garantir a continuidade da prestação dos serviços, tendo em vista que os valores não eram reajustados há sete anos. 




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