Política Titulo Ribeirão Pires
Futuro da Fábrica de Sal segue indefinido

Dez meses após gestão Volpi projetar sítio histórico no local, proposta ainda não saiu do papel

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
02/11/2021 | 00:01
Compartilhar notícia
DGABC/André Henriques


Dez meses após a gestão do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PL), afirmar que transformaria a Fábrica de Sal em sítio histórico, a promessa ainda não se concretizou. O episódio se une a diversos outros comprometimentos que envolvem o prédio fabril e que nunca saíram do papel.

Ainda em janeiro deste ano, assim que tomou posse no Paço de Ribeirão, o governo Volpi, por meio da Secretaria de Esportes, Cultura e Turismo anunciou que a ideia era transformar a área da fábrica em espaço visitável e que tinha intenção de difundir a memória do edifício, que tem mais de 120 anos. À época, a intenção foi revelada pelo titular da pasta, Clauricio Bento.

Dez meses depois, entretanto, a ideia não se concretizou. A Fábrica de Sal acabou se tornando grande empecilho para diversas gestões. Fases mais críticas dessa novela ocorreram na gestão do ex-prefeito Saulo Benevides (ex-MDB, atual Avante), que chegou a projetar demolir o prédio para construir um shopping no local. O ex-mandatário desistiu da intenção após fortes críticas de moradores e associações da cidade.

Já durante a gestão do ex-prefeito Adler Kiko Teixeira (ex-PSB, atual PSDB), atual secretário de Administração e Inovação na gestão do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), chegou a assinar convênio com o Sesi (Serviço Social da Indústria). A ideia era a de restaurar por completo a Fábrica de Sal. O projeto foi enterrado após um ano de tratativas infrutíferas. O convênio com o Sesi previa, além da reforma do imóvel histórico, a construção de nova escola da entidade na cidade, já que o prédio do outro colégio está instalado em terreno que sofre risco de deslizamento.

Um dos entraves para o andamento do projeto de Kiko junto ao Sesi foi o fato de a Fábrica de Sal ser tombada pelo Condephaat-SP (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), o que deflagrou atuação do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), que questionou o andamento do projeto.

A Fábrica de Sal recebeu aval de tombamento do Condephaat-SP em 2018 e passou a figurar entre imóveis que são reconhecidos como patrimônio cultural do Estado e que são protegidos por lei. Dessa forma, qualquer projeto que modificasse a estrutura do imóvel deveria passar por crivo do Conselho, que dará a palavra final sobre o andamento da intervenção. O procedimento é válido para todo o perímetro iniciado na esquina da Avenida Humberto de Campos com a Rua Major Cardim, entre a via férrea da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a Avenida Santo André, onde fica a edificação principal do edifício e sua chaminé.

Recentemente, o Diário questionou a gestão Volpi sobre qual plano estaria traçado para o futuro da Fábrica de Sal, mas a administração informou que ainda busca solução para a área. “O prefeito, inclusive, esteve em reunião no Condephaat na semana passada (retrasada). Porém, por se tratar de um terreno contaminado, esse processo pode levar tempo ou até mesmo não se mostrar viável. Tudo depende de constantes análises e laudos técnicos. De todo modo, o projeto imediato desta gestão é preservar e dar utilidade ao entorno da Fábrica de Sal. Dentro de alguns meses será inaugurado o Centro de Especialidades Médicas e o Centro de Atenção à Saúde da Mulher no prédio onde passado funcionou a Biblioteca”, informou o Paço de Ribeirão, sem citar, por exemplo a promessa inicial do governo em transformar o local em sítio histórico.  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;