Os presidentes das câmaras de Santo André, Pedrinho Botaro (PSDB), e de Mauá, Zé Carlos Nova Era (PL), estabeleceram agendas em conjunto para troca de experiências administrativas nos legislativos, em especial a reforma nos quadros de funcionários a pedido do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e do Ministério Público.

Pedrinho e Nova Era estiveram ontem na sede do Diário para explicar como a parceria foi costurada e quais frutos ela pretende obter. O tucano citou que o liberal pediu auxílio sobre as mudanças que têm implementado na casa e na relação com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que esquadrinhou o organograma do Parlamento andreense diante de apontamentos para melhoria da paridade entre servidores comissionados e concursados.

“Esse é um tema que envolve cerca de 250 prefeitos no Estado. Quando não há apontamento do TCE, há determinação do MP. A gente avançou bem na conversa sobre a ajuda da Fipe, que tem equalizado alguns pontos questionados pelos órgãos de controle. A gente quer dar fôlego ao Legislativo, tirar essa má sombra que faz com que sempre a Câmara atue na ilegalidade. E não é isso”, comentou Pedrinho.

Nova Era lembrou que o assunto resultou em problemas administrativos ao hoje prefeito Marcelo Oliveira (PT) na época em que ele presidiu a casa (biênio 2015-2016) e aos vereadores Admir Jacomussi (Patriota) e Neycar (SD), que geriram a casa entre 2017 e 2020. “Eu não quis esperar que isso pudesse acontecer na nossa gestão. Primeiramente fui conversar com o promotor José Luiz Saikali, depois conversei com o Pedrinho. Pretendemos resolver porque é algo que, futuramente, entrará na nossa pauta (o questionamento do TCE e do MP)”, comentou o liberal.

“Tenho um concurso público que não pude fazer o chamamento por causa da pandemia (o governo federal impediu novas contratações no setor público). Já vai reduzir o índice da disparidade. Temos exigência de 50% da casa apresentar diploma de nível superior. Mas é algo que teremos de solucionar também (em busca dos 100%)”, emendou.

Tanto Pedrinho quanto Nova Era apontaram que a aproximação entre as cidades pode – e deve – ser estendida nas outras cidades do Grande ABC, à procura da valorização dos legislativos da região. Pedrinho lembrou que já manteve conversas com os presidentes das câmaras de São Bernardo, Estevão Camolesi (PSDB), e de São Caetano, Pio Mielo (PSDB), e que há abertura para amplificar o debate. “Temos o GT (grupo de trabalho) no Consórcio Intermunicipal dos presidentes de Câmara, algo extremamente positivo. Precisamos disso para trocar experiências. Em São Caetano, por exemplo, eles estão avançados na questão da segurança do prédio e é algo que queremos implementar”, discorreu o tucano.

Sobre a eleição do ano que vem, quando alguns vereadores devem lançar candidaturas a deputado, Pedrinho e Nova Era avisaram que, como presidentes, irão orientar pela separação dos debates – menos política partidária, mais política institucional por projetos da cidade. “Não podemos aceitar que potenciais candidatos utilizem as tribunas para transformar pequenos problemas em algo catastrófico para capitalizar politicamente. A Câmara não é esse espaço”, disse Pedrinho – em Santo André, por ora, apenas o vereador Professor Jobert Minhoca (PSDB) desenha candidatura.

“Vamos ter esse cuidado também, de separar as coisas. Já temos enfrentado alguns problemas, orientado os vereadores. Esse controle a gente vai ter”, garantiu Nova Era. Em Mauá, os vereadores Sargento Simões (Podemos), Alessandro Martins (PDT) e Neycar também costuram candidaturas.