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Pacientes que fazem hemodiálise ficam sem transporte em Diadema

Condutores entraram em greve por falta de pagamento; Prefeitura alega que situação está sendo resolvida e serviço foi restabelecido

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
06/03/2021 | 00:01
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DGABC


Pacientes que realizam hemodiálise e dependem do transporte oferecido pela Prefeitura de Diadema ficaram sem o serviço durante todo o dia de ontem. Os condutores, ligados à empresa Hiplan Construções e Serviços de Manutenção Urbana Ltda, pararam o atendimento por falta de pagamento.

Um dos motoristas, que pediu para não ser identificado, explicou que o pagamento da empresa não é realizado desde outubro de 2020, ainda durante a gestão do ex-prefeito Lauro Michels (PV). Quando a atual gestão, sob comando do prefeito José de Filippi Júnior (PT), assumiu, teria se comprometido a pagar até março os valores referentes a janeiro e fevereiro, além de fazer acordo para quitar o montante de outubro a dezembro.

Não só os pagamentos não foram feitos, como a administração municipal tem fornecido menos combustível do que o necessário para o transporte diário dos mais de 50 pacientes. Há relatos de que motoristas chegaram a abastecer as vans com recursos próprios, a fim de realizar o transporte dos munícipes.

A paralisação afetou diretamente a vida das pessoas que precisam realizar a hemodiálise, procedimento de filtragem do sangue para aqueles pacientes cujos rins não funcionam mais. O operador de máquina Vicente Moreira do Nascimento, 51 anos, realiza hemodiálise três vezes por semana. Ontem, sem o transporte, precisou usar o serviço de aplicativo, mesmo sem dispor dos recursos no orçamento.

“Os motoristas estão em greve devido à falta de pagamento de seus salários há alguns meses e também diminuíram o abastecimento das van”, afirmou Vicente, apoiando o movimento. “Este pessoal tem que ver que eles estão lidando com vidas”, reclamou, em referência à Prefeitura.

O mecânico Antonio José dos Santos, 40, estava preocupado, sem saber como iria fazer a hemodiálise hoje, em clínica no Centro de Diadema. “Sem o transporte, vou ter que pedir dinheiro emprestado ao meu vizinho para ir de ônibus”, afirmou. “São quatro conduções, duas para ir e duas para voltar, mas não posso ficar sem (o procedimento)”, completou.

Esta não é a primeira vez que a população tem problemas com o serviço prestado pela empresa. Em agosto de 2019, a Prefeitura afirmou que iria reduzir o serviço de transporte para alunos com deficiências, que também é prestado pela Hiplan. Após protestos dos usuários, a administração desistiu da redução.

Em nota, a Prefeitura de Diadema informou que está regularizando o contrato com a empresa, que encerrou em 31 de dezembro, e prorrogando os prazos para efetuar os pagamentos devidamente. “Vale destacar que a maioria dos débitos é referente à gestão anterior. Sobre a volta dos serviços, a empresa já normalizou a situação”, concluiu o comunicado. A Hiplan não quis comentar. 




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