Desde o álbum de estreia Mariene de Castro canta das cirandas, do samba de roda, do folcore e de religião. Baseada nas histórias que vive e nas de seu País, a cantora baiana continua a saga musical e apronta outro disco, 'Tabaroinha' (Universal Music, R$ 23,90 em média). O título faz referência para quem é acanhada, caipira.

Recheada por 13 canções, sendo quatro inéditas e nove releituras, a nova obra traz pitadas de diversos ritmos. "Adoro esse colorido rítmico rico que temos na música brasileira. Principalmente quando falamos de cultura popular. E muita coisa não se conhece. Gosto de mostrar essas coisas que pouco se vê, como o xareu de Roberto Mendes que gravei neste disco", diz Mariene.

A voz doce e forte da cantora passeia por menu que contém canções como 'A Pureza da Flor', de Arlindo Cruz, que se transforma em samba de roda. Outra que integra o disco é 'Tia Nastácia (Cantiga pro Sinhozinho)', de Dorival Caymmi. Com palmas, ganzá, agogô e atabaque rum, a música traz ritmo dançante e animado. Rica em arranjos, faixa que vale ser ressaltada é 'Estrada de Canindé', composta por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Mas mesmo com tantas releituras preciosas, os destaques ficam por conta das inéditas 'Ponto de Nanã', o xote 'Amuleto de Sorte', 'Filha do Mar' e 'Marujo'. "'Ponto de Nanã' é um ijexa que fala do orixá da vida e da morte. Tem palavras de origem africana que poucos sabem. Gosto de mostrar o que pode ser dito do candomblé, pois muita coisa faz parte dos segredos e é sagrado, não se fala", explica.

Mariene acredita na importância de levar o folclore, as antigas culturas adiante através de sua música. "Aprender a ler para ensinar meus camaradas. É isso. Sou mãe e quero que meus filhos, netos e bisnetos saibam de tudo isso. Por isso estou registrando, para ficar gravado. Para que essa nova geração se entenda melhor e conheça melhor a sua própria história", conta.