A noite da véspera de Natal será comemorada de forma diferente por um grupo de católicos da região. À meia-noite desta segunda-feira, fiéis da paróquia Santíssima Virgem, em São Bernardo, prometem celebrar o nascimento de Cristo em adoração. O santíssimo sacramento (corpo de Jesus na hóstia consagrada) ficará exposto, pela primeira vez, por toda a madrugada.

As portas da igreja estarão abertas para quem quiser participar. A adoração perpétua (feita por 24 horas durante todo o ano) é tradição milenar entre os cristãos, mas pouco praticada no Brasil. A dificuldade é operacional. O frei Sebastião Benito Quaglio explica que o santíssimo não pode ficar sozinho.

“A adoração depende da presença de, pelo menos, uma pessoa, que deve se responsabilizar por uma hora ou um período de oração. Cada um opta pela adoração que deseja fazer. Pode-se ficar em silêncio, cantar ou rezar o terço. É muito simples, o mais complicado é encontrar pessoas que preencham todos os horários”, explica.

O modelo ganhou força após o papa João Paulo II ter se mostrado favorável à disseminação da idéia. “Tive a experiência de ver isso na Itália e trouxe a proposta para a região. O bispo (dom Nelson Westrupp) aprovou e esteve na paróquia no último dia 8 para dar início à adoração perpétua. Esse é o testemunho da presença de Cristo na Eucaristia”, conta o frei Sebastião Quaglio.

Coordenadora da escala de adoradores, Maria Bernadete Ferraz Lima recebeu, na última sexta-feira, a confirmação de um grupo de fiéis para a madrugada de terça-feira. “Eles devem chegar perto da 1h e ficar até as 7h. São cerca de 12 pessoas.”

Desde o início do sistema, a equipe já conseguiu reunir 500 pessoas. “A comunidade está colaborando. Em determinados horários há cerca de 30 pessoas em adoração. Quem puder entrar para a escala fixa deve escolher assumir uma hora por semana ou uma madrugada por mês”, explica Maria Bernadete.

O período das 6h à meia-noite está completo. A dificuldade é encontrar pessoas que se comprometam com as madrugadas. Quando necessário, convoca-se religiosas, que assumem a tarefa.