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Cinema social de Diadema se destaca em prêmio
Por Roberta Nomura
Especial para o Diário
18/12/2005 | 08:28
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Criada em 1993, a Acer (Associação de Apoio à Criança em Risco), de Diadema, vive um momento contraditório. Ao mesmo tempo em que obteve destaque como uma das 30 finalistas do 6º Prêmio Itaú-Unicef, que destaca o trabalho de ONGs em todo o Brasil, a entidade passa pela mais grave crise financeira de sua história. Entre os 1.682 inscritos, o projeto Cinema à Pampa – Aprendendo com a 7ª Arte, promovido por jovens da instituição, foi um dos quatro vencedores do Estado de São Paulo.

A iniciativa da Acer abre as portas da entidade aos moradores que querem apreciar uma sessão gratuita de cinema. Apenas a pipoca e o refrigerante são comercializados a R$ 0,30. “O dinheiro obtido serve para a manutenção de equipamentos e locação de alguns filmes”, explica a coordenadora do núcleo de protagonismo juvenil Rose Aniceto, 40 anos. Além do projeto finalista, as oficinas de cinema oferecem outras opções à comunidade. O Cine Calçada promove sessões ao ar livre. “São lugares em que as pessoas não têm acesso a nada. Já fomos em regiões em que a água chega por caminhão-pipa”, afirma Rose Aniceto.

Outra alternativa é o Cinema Mambembe, que leva clássicos das telonas a entidades, ONGs, creches e escolas. “As crianças ficam muito felizes. Os olhos chegam a brilhar e isso é maravilhoso. Não levamos apenas um filme, mas resgatamos alguns laços que foram perdidos”, diz o agente jovem Adriano Roberto Silva, 18 anos, que há dois trabalha no projeto. Após as sessões, temas relacionados ao filme exibido são discutidos pelos alunos e os três jovens que organizam as sessões. “O ganho é muito grande, porque fortalece o trabalho da escola e traz uma opção a mais para incluir na questão do ensino”, completa a professora assistente de coordenação da Escola Municipal Florestan Fernandes, Marjorie Minchev, 38 anos.

Além das oficinas de cinema, a Acer oferece atividades como capoeira, teatro, cultura africana e uma biblioteca a cerca de 530 crianças e jovens de 5 a 21 anos, consideradas em situação de risco do bairro Eldorado e entorno. “Temos vítimas de abuso sexual, violência doméstica, violência externa e trabalho infantil”, explica o secretário-geral da Acer, Jonathan Hannay.

Com um custo mensal de R$ 80 mil, a entidade é mantida por meio de parcerias com um grupo inglês, com os governos federal e municipal, empresas e 17 sócios mantenedores. “Mesmo assim, atrasamos o pagamento do 13º e quase não conseguimos pagar os salários deste mês. Isso nunca tinha acontecido”, diz Hannay. Além do prestígio de ser um dos finalistas do prêmio que acontece a cada dois anos, a Acer recebeu R$ 8 mil, um computador e uma impressora. “Estamos utilizando o benefício no pagamento de salários de pessoas envolvidas com cinema e os monitores”, conta Hannay, que espera maior contribuição de pessoas físicas. Para colaborar é preciso doar no mínimo R$ 15.

Para ajudar – Acer, rua João Antônio de Araújo, 395, Eldorado. Tel.: 4049-6684 /6642 (falar com Solange ou Gilbert). A entidade funciona de segunda a sexta-feira das 8h30 às 20h30 e aos sábados das 8h30 às 21h.




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