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Premiê israelense não concorda com o relatório Baker
Por Da AFP
07/12/2006 | 15:21
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O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, manifestou nesta quinta-feira desacordo com o informe do Grupo de Estudo para o Iraque, por temer uma mudança de rumo na política americana.

O relatório americano sobre o Iraque, elaborado por uma comissão presidida pelo ex-secretário de Estado James Baker, recomenda que os Estados Unidos se comprometam em favor da resolução do conflito entre israelenses e palestinos, e de um acordo de paz entre Síria e Israel.

"O informe não reflete a postura dos Estados Unidos, mas uma opinião nos Estados Unidos. É, antes de tudo, um assunto interno americano", declarou Olmert em entrevista à imprensa em Tel Aviv.

"No que diz respeito a estabelecer uma relação entre o problema iraquiano e o problema do Oriente Médio, temos uma opinião diferente e, que eu saiba, o presidente Bush também teve nos últimos anos uma opinião diferente", acrescentou.

O primeiro-ministro israelense insistiu em que os "problemas americanos no Iraque são completamente independentes do conflito que nos opõe aos palestinos".

"Tudo o que tenho ouvido sobre o problema sírio por parte do presidente Bush e de outras autoridades da administração americana nos últimos dias é que vêem possibilidade numa negociação entre Israel e Síria, e tenho total confiança na liderança do presidente", afirmou.

Neste sentido, opinou que há poucas possibilidades de travar negociações com a Síria num futuro próximo. "O fato de a Síria tentar desestabilizar o poder no Líbano e apoiar o Hamas prova que há poucas possibilidades de poder haver negociações com os sírios num futuro próximo", afirmou.

Alguns analistas em Israel comentam, no entanto, que existe uma certa inquietação depois da publicação do relatório Baker, ressaltando que, após a derrota do partido republicano de George W. Bush nas recentes eleições legislativas, as relações estratégicas entre Estados Unidos e Israel não serão tão estreitas.

O ex-embaixador de Israel nos Estados Unidos, Dore Gold, por sua vez, ressaltou que "ocorreu uma mudança nos Estados Unidos depois das eleições ao Congresso".

"Há uma frustração crescente pelos resultados da guerra no Iraque e grande parte do relatório será aplicado", assegurou. Para Gold, o relatório Baker constitui "uma vitória iraniana, já que os americanos pedem ajuda a Irã e Síria, dois países problemáticos; o preço que terá de pagar por isso será muito elevado".




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