Cultura & Lazer Titulo Canções
Poesia e simplicidade em forma de música

Nome conhecido na região, Zé Geraldo apresenta 17º disco, ‘Hey Zé!’, ilustrado por 11 composições

Vinícius Castelli
23/12/2019 | 07:18
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Paulo Higa/Divulgação


Já faz tempo que foram gravadas canções como Senhorita, Cidadão e Milho aos Pombos. Todas elas imortalizadas pelo cantor, compositor e violonista mineiro Zé Geraldo. Mas algumas coisas não mudaram desde que colocou seu primeiro disco na praça, em 1979: a essência, simplicidade e poesia de suas músicas.

Figura conhecida no Grande ABC, Zé Geraldo estava há nove anos sem mostrar álbum de inéditas, hiato que termina agora, com a apresentação de Hey Zé! (Kuarup, R$ 25, em média), seu 17º título. E ele explica esse tempo sem lançar álbum. “É sempre bom apresentar coisas novas, mas agora o mercado não exige mais um disco por ano e não há mais tanta pressa para isso.”

Ilustrado por 11 composições, Hey Zé! segue a receita já conhecida do artista, com um pé no rock e outro no mato. “Sempre fiz minhas músicas sem me preocupar com rótulos. Quem falou que o que eu fazia era rock rural foi o querido e saudoso Zé Rodrix. O amigo Renato Teixeira sempre falou que meu som era folk. Os dois estão certos, é algo que faço naturalmente”, explica.

Fato é que seu novo disco, em tempos em que o ódio é destilado nas redes sociais, vai na contramão e fala sobre diversas coisas boas. “Não tenho fórmula nem momento para compor. Fico debruçado na janela esperando o vento trazer os versos”, brinca Zé.

Se foi o vento ou não, só ele sabe. Mas os versos estão no disco. E bem apresentados. Zé fala da espera pela pessoa amada, em Do Outro Lado da Montanha, com direito a um solo de guitarra digno de se lembrar dos tempos áureos da banda britânica Pink Floyd.

Comemora também a chegada do neto, Gael, em A Canção Que Vem do Céu, e presta homenagem aos artistas anônimos em Bicho Grilo Artesão. Tudo repleto de poesia. Um dos destaques é Os Sonhos Que a Vida Nos Dá, tema em que o cantor diz que o sentimento nasce livre. “Em uma de minhas canções falo que ‘o homem nasce livre como os bichos, como os pássaros, e livre escolhe seus caminhos’. Acontece que a humanidade está cada vez mais doente e intolerante, matando sua própria liberdade”, diz.

Zé faz também uma releitura para a faixa Hey Joe, originalmente gravada por Bill Roberts e imortalizada pelo guitarrista norte-americano Jimi Hendrix, nos anos 1960. É uma homenagem, segundo Zé. “Conheci Jimi Hendrix, cantando essa canção, quando eu ainda era bem jovem. Foi um dos meus primeiros ídolos”, diz.

Mas na versão brasileira, batizada Hey, Zé!, o mineiro muda o sentido da canção. “Na letra original, o personagem mata a mulher, não tenho nenhum interesse em cantar sobre isso. Fiz uma versão onde o fato ainda não aconteceu e eu tento tirar essa ideia da cabeça dele. Por ter mudado a história a editora norte-americana demorou mais de um ano para autorizar a gravação”, explica.

O artista conta com diversas participações especiais na obra, como a Banda Mirim e o grupo Folk na Kombi. João Carreiro e Chico Teixeira também estão na lista e aparecem em Zé Geraldo (Poeta do Bem), canção que foi dada de presente ao artista. “O disco conta com amigos que estão ao meu redor e essa parceria ocorreu de forma natural”, conta.

Ele apresenta o novo disco, ao vivo, em São Paulo, no palco do Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1.000), nos dias 3 e 4, às 21h, e 5 de janeiro, a partir das 18h. As entradas custam de R$ 9 a R$ 30 e podem ser compradas nas bilheterias e pelo site www.sescsp.org.br. Shows por aqui ainda não estão na agenda, mas vontade não falta. “Tenho um carinho muito especial pela região. Foi o primeiro lugar em que tive reconhecimento e sucesso, o que impulsionou minha carreira em todo País. Trago na memória passagens marcantes no (Grande<) ABC”, encerra. 




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