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Cresce produção local de panetones
Clarissa Cavalcanti
Do Diário do Grande ABC
23/10/2005 | 07:45
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Embora muitos ainda estejam testando novas receitas, fabricantes de panetones do Grande ABC já começaram a escoar a produção, de olho na demanda das festas de final de ano. As empresas estão investindo em sabores diferenciados e buscando oferecer preços competitivos para disputar com as marcas líderes de mercado.

Segundo o presidente do Sipan (Sindicato da Indústria de Panificação de Santo André e Região), Antônio Carlos Henriques, os fabricantes locais já respondem por 50% do mercado regional. Henriques acredita que 80% das cerca de 900 padarias da região já fabricam os próprios panetones. Entre os principais produtores da região, está a Doceira Campos do Jordão, de Ribeirão Pires, dona da marca Santa Edwiges, que também produz para exportação.

"Para vencer a concorrência das grandes marcas devemos manter a mesma estratégia dos últimos anos, com recheios diferentes como trufas, salgados e outros sabores especiais", diz Henriques. Com essa diferenciação, ele aposta em crescimento de até 10% nas vendas ante 2004.

Henriques é dono da Padaria Nova Brasília, em São Caetano, e já começou a testar receitas. No ano passado fabricou uma tonelada de panetone e espera chegar a 1,5 tonelada neste Natal. Segundo ele, 70% dos produtos são "especiais". "Vendemos muito para lojistas e consultórios (que usam o produto como brinde ou presente)."

A Coop (Cooperativa de Consumo), com sede em Santo André, também segue em ritmo acelerado desde o final de setembro para produzir os panetones de marca própria. A produção deste ano deve chegar a 350 toneladas, 10% a mais que no ano passado, de acordo com o gerente de negócios da drogaria e panificação Evanir José Izolani.

Para se diferenciar, a empresa investiu em embalagens e sabores novos como o panetone floresta negra. Uma parte do produto já está nas prateleiras, mas as novas embalagens só chegam em novembro. Izolani diz ainda que tentará segurar os preços porque comprou matéria-prima antecipadamente. "O preço vai depender da concorrência. Se eles diminuírem, nós também diminuiremos."

Na Padaria Brasileira, com quatro unidades na região, a expectativa é aumentar em até 35% a produção de panetones em relação às duas toneladas produzidas no ano passado. O objetivo é atender à demanda de uma nova unidade que será inaugurada no final deste mês, em Santo André.

O panetone da Brasileira é artesanal e só deve começar a ser produzido em novembro. "Não pensamos muito na concorrência, mas tentamos manter preços competitivos", diz a superintendente de marketing Rosana Aparecida de Oliveira Sousa.

A Brasileira também vende outros produtos típicos das festas de final de ano, como frutas secas e bolos de natal, e espera incremento de 10% nas vendas de dezembro, de acordo com a superintendente.

A produção na padaria e fábrica de panetones Ben-Hur, de São Caetano, também deve começar apenas em novembro. "Queremos deixar o produto novinho para o consumidor", diz o gerente Mário Adriano Martin. Ele não revela a quantidade, mas pretende aumentar 15% a produção em relação ao ano passado. Os panetones são vendidos na própria padaria, supermercados da região, Capital e até outros Estados.

Martin aposta no preço, até 35% menor em comparação com os concorrentes, e nos novos sabores, como panetones salgados e de uva, para incrementar as vendas.




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