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Deficitária, Copa Paulista começa hoje com quatro equipes do Grande ABC

Sto.André, S.Bernardo, S.Caetano e Água Santa investem para manter elencos em atividade na temporada

Por Anderson Fattori
Dérek Bittencourt
João Victor Romoli
03/08/2018 | 07:00
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Montagem/DGABC


Única alternativa para uns, caminho para chegar à Série D do Brasileiro – ou à Copa do Brasil – para outros. Começa hoje a Copa Paulista, competição criada em 1987 para manter em atividade equipes de São Paulo que não integram nenhuma divisão do futebol nacional. A região terá quatro representantes: Santo André, São Bernardo FC, São Caetano e Água Santa, todos incluídos no Grupo 3. Será o primeiro campeonato profissional que reunirá o quarteto – que promoverá nada menos do que 12 dérbis regionais na fase inicial.

Nesta temporada a Copa Paulista será disputada por 27 equipes – eram 22 em 2017 –, que foram divididas em quatro grupos regionalizados para minimizar custos com viagens. Os times jogam entre si em turno e returno, com os quatro primeiros avançando à segunda fase. A final será dia 2 de dezembro e o campeão terá direito de escolher entre a vaga na Série D do Brasileiro ou na Copa do Brasil de 2019 – o vice fica com a vaga restante.

Apesar de ser ótima oportunidade para testar jogadores, a Copa Paulista é vista como deficitária, já que a Federação Paulista, que organiza a competição, não paga verba por participação, ou seja, os clubes têm como únicas fontes de receitas bilheterias e patrocinadores. Por se tratar de torneio sem muito prestígio e sem transmissão pela televisão, normalmente a presença de público nas arquibancadas é tímida e afasta apoiadores, o que acarreta em grandes prejuízos.

O Santo André, por exemplo, estima gastar cerca de R$ 500 mil para disputar a competição entre salários de jogadores – média de R$ 2.000 –, viagens e jogos. A diretoria prevê custo de R$ 12 mil em cada partida no Bruno Daniel por conta das exigências de policiamento, catracas de acesso e outras despesas. O São Bernardo estima custo maior, mas não revelou valores.

Os representantes do Grande ABC entram na disputa com focos bem diferentes. O São Caetano é a equipe com o maior investimento – foram 11 contratações –, manteve o técnico Pintado e alguns atletas do elenco que fez ótima campanha no Campeonato Paulista, quando o Azulão chegou às quartas de final e foi eliminado pelo São Paulo. A meta é conquistar o título e a vaga na Copa do Brasil, já que o clube está garantido na Série D do ano que vem justamente pela campanha no Estadual.

Campeão em 2013, o São Bernardo disputa a Copa Paulista com time mesclado entre promessas da base, remanescentes da Série A-2 e cinco reforços. Em crise financeira, o Tigre tem no torneio alternativa para manter a equipe em atividade e, quem sabe, beliscar a vaga na Série D.

Dono de dois títulos da Copa Paulista – em 2003 e 2014 – o Santo André praticamente não teve escolha e vai entrar na competição mesmo na UTI (financeiramente). O clube ainda deve R$ 500 mil ao elenco que foi rebaixado para a Série A-2 do Paulista nesta temporada e vai usar jogadores com contratos vigentes e que já estouraram a idade para disputar os torneios da base.

Por fim, o Água Santa parece ter o elenco mais modesto entre os times da região. A equipe também não vai investir e pretende usar jogadores do elenco sub-20, que terão de conciliar jogos do torneio com a segunda fase do Paulista da categoria, que será disputada simultaneamente.


Ramalhão aposta fichas nos atletas pratas da casa

O Santo André entra na Copa Paulista com time genuinamente feito em casa. Mas não se trata de apoio irrestrito às categorias de base e, sim, alternativa encontrada para driblar a crise financeira e manter em atividade jogadores revelados no clube com contrato vigente. Muitos ainda pertencem ao elenco sub-20 e serão promovidos ao profissional para suprir lacunas.

O técnico será José Carlos Palhavam, que vai conciliar o trabalho no comando do time sub-20 com o do profissional. Ele está respaldado pela ótima campanha no Paulista da categoria, no qual o Ramalhinho avançou à segunda fase com tranquilidade. “Vai ser uma Copa Paulista equilibrada, os times estão apostando na base e estou confiante com o trabalho que estamos realizando”, comentou o treinador.

Apesar de jovem, o elenco tem vários jogadores com passagens pelo time principal, casos dos goleiros Júlio Silva e Hugo, dos zagueiros GB e Heliton, do lateral-esquerdo Bahia e dos atacantes Matheus Santiago, Vinícius Cabelo e David Ribeiro.

TIME BASE: Julio Silva (Hugo); Eliandro, PV, Heliton e Bahia; Rodrigues, Alex e Emerson Silva; Matheus Santiago, David Ribeiro e Vinícius Cabelo.


Tigre qualifica espinha dorsal mantida da A-2

Em situação financeira desfavorável, o São Bernardo decidiu disputar a Copa Paulista por já ter um time praticamente montado. Apesar das baixas em relação à equipe que foi semifinalista da Série A-2, o Tigre tem peças remanescentes qualificadas, alçou da base jovens com grande potencial e ainda trouxe cinco reforços – que serão bancados por parceiros do clube – para encorpar o grupo.

Chegaram para o técnico Wilson Júnior o zagueiro Alexandre, o lateral Marcelo Vilella e os atacantes Léo Ribeiro, João Victor e Gustavinho. “Estou muito otimista. Vai ser Copa Paulista diferente, até pelos dérbis, o que vai ser muito legal”, projetou o treinador são-bernardense, prevendo os 12 duelos regionais que o Grande ABC viverá na primeira fase.

Wilson Júnior exaltou a utilização de pratas da casa, incluindo até peças do sub-17. “A Copa Paulista tem essa responsabilidade de dar vaga na Série D, mas também é um campeonato de oportunidades, mostrar para o treinador e diretoria do que é capaz.”

TIME BASE: Daniel (Rafael Pascoal); Edvan, Dogão, Nicolas e Assis; Thiago César, Guilherme Noé, Ewerton Ageu e Luiz Felipe; Ricardinho e Wesley.


Azulão tenta atender expectativas no elenco

Com o rótulo de favorito ao título da Copa Paulista, principalmente por ter mantido jogadores da boa campanha feita no Paulistão deste ano e ainda ter contratado 11 atletas, o São Caetano busca corresponder às expectativas. Já classificado para a Série D do Brasileiro do ano que vem, o time investiu para a competição que começa hoje para conseguir também vaga na Copa do Brasil e, assim, ter calendário completo em 2019.

“Não vejo como favorito, vejo equipe forte como as outras. O mais importante é que em 80 dias de preparação não tivemos nenhum problema. Tenho grupo comprometido, forte e que fez trabalho especial nesse período. Tenho orgulho disso”, falou o técnico Pintado.

Dos reforços trazidos pelo Azulão, os destaques são os laterais Gerley e Luís Felipe, que já atuaram pelo Palmeiras. O time também manteve atletas como Cristian, ex-Corinthians, e Ermínio, maior artilheiro do clube na Copa Paulista, com 17 gols.

TIME BASE: Luiz Daniel; Esley, Alex, Magrão e Bruno Recife; Paulinho Santos, Pablo e Lucas Crispim; Kaíque, Gerley e Ermínio.


Água Santa quer fazer história com sub-20

O Água Santa apostará no time sub-20 para disputar a Copa Paulista. A equipe, que tenta aproveitar a competição para dar experiência aos jogadores que fizeram a melhor campanha da história do clube na Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano, deposita a confiança no técnico Antônio Carlos Papel. O treinador, aliás, destacou a felicidade e enalteceu a capacidade do time do Netuno.

“Estou muito confiante e feliz com a chance de dirigir o time do meu coração. Quero fazer história. Estamos preparados, fizemos bons testes. Gostei muito da determinação e do desempenho dos jogadores nesse período”, disse.

O Água Santa tem como ponto favorável o fato de não estar parado, já que a equipe que vai atuar na Copa Paulista estava disputando o Estadual Sub-20. A juventude, porém, é a preocupação dos torcedores. Para se ter uma ideia, o atleta mais experiente é o meia Luan, 21 anos, que disputou a Copa Paulista de 2017 e a Série A-2 do Paulista deste no.

TIME BASE: Júlio César; Danilo Costa, Henrique, João Elias e Gabriel Rabiot; Gustavo, Caio, Luan, Tavison e João Ribeiro; Lucas Gadelha. 




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