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Diadema abandona esteira no Inamar
Bia Moço
Especial para o Diário
17/08/2017 | 07:00
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 Há pelo menos 21 anos a Prefeitura de Diadema abandonou os serviços de manutenção de esteira utilizada para separação de material reciclável, que está sem uso e corroída por ferrugem. O equipamento foi utilizado por catadores da Cooperlimpa durante 12 anos, mas desde 2012 eles foram obrigados a deixá-lo de lado por conta da falta de condição de trabalho.

A cooperativa atua no local há 18 anos, no bairro Inamar, em espaço cedido pela Prefeitura, que também fornece energia elétrica e água. A Cooperlimpa é a única das três empresas de coleta seletiva que atendem ao município que trabalha com esteira; as demais fazem a triagem do material em mesas de separação.

Segundo a presidente da cooperativa, Patrícia Frazão, 38 anos, o dinheiro usado para manter a empresa provém da venda de sucata. Com o que vendem, pagam as contas, os funcionários (são 18 catadores, que recebem por hora trabalhada) e o que sobra é usado para reparos e melhorias.

“A coleta é feita em residências e empresas. Quando os materiais chegam aqui, passam pelo setor de triagem, que faz a separação das sucatas e as submetem a processo de prensa. Depois disso, levamos para empresas conveniadas que compram o material final. Além disso, trabalhamos com nota fiscal”, explicou Frazão.

Em 1996, a lei número 1.460 instituiu o Programa de Coleta Seletiva de Lixo em Diadema, tendo como objetivo autorizar o Executivo a dar prioridade a parcerias com entidades da sociedade civil e organizações não governamentais, como associações de moradores, entidades beneficentes, condomínios residenciais, associações ambientalistas e com o setor privado, apoiando, sempre que possível, as ações de terceiros que possam contribuir com os objetivos do programa, de modo a reduzir os custos ao poder público com a coleta e destino final de lixo e reforçar o processo de mobilização comunitária.

Virgílio Alcides de Farias, advogado especialista em Direito Ambiental e presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC), explica que a coleta seletiva contribui à redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais. “Assim, a lei integra os catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.”

Cerca de 500 toneladas de sucata são recolhidas por mês pelas catadoras, sendo 70 toneladas somente pela Cooperlimpa. “Este material retorna à cadeia produtiva. Cada tonelada recolhida pelos catadores compreende menos gastos do poder público com a disposição em aterro sanitário, cuja vida útil é limitada”, diz Virgílio.

A Prefeitura de Diadema não se pronunciou até o fechamento desta edição.




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