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Cinema na camaradagem
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
14/10/2008 | 07:00
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Um clima de ação entre amigos tomou conta do 1º Festival de Cinema de Paranapiacaba, realizado no último fim de semana no Clube União Lyra Serrano. A premiação do Projeto 48 Horas, pelo qual 23 alunos da Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André, divididos em três grupos, aceitaram o desafio de produzir um curta em dois dias, foi exemplo disso. Um dos grupos atrasou e finalizou o curta enquanto os outros eram exibidos. Pelas regras, poderia ser desclassificado, mas a verdade é que as outras equipes não se opuseram à idéia de dar mais tempo aos colegas.

O júri do projeto acabou por premiar o octeto de SÓrriso, mas, na hora de receber o troféu, as outras duas equipes também subiram ao palco, tamanha a cumplicidade desenvolvida na maratona cinematográfica que para muitos significou a primeira experiência como produtor. "Quando terminamos, vimos que aprendemos tanto.Evitamos qualquer tipo de ego. Procurei não mandar nada e sim argumentar",diz a diretora, Vanessa Reis, 20 anos, que tinha na equipe Gislaine Camila (assistência de direção e argumento), Rodrigo Cabral (assistência de direção), Gabriela Camerotti (argumento e arte), Rafael Andrade (produção), Diego Urbaneja (assistência de produção), Thiago Favero (fotografia) e Vinicius Muderno (edição).

Foi assim também, na base da camaradagem, que o organizador, o ator Rafael Raposo, conseguiu viabilizar o Festival em pouco mais de um mês. "Apresentamos o projeto à subprefeitura no primeiro semestre. Mas por ser ano eleitoral, a verba é reduzida. Nos concentramos em outros projetos e só no fim de agosto nos deram aval para a realização. Mas não tínhamos captado nada ainda", conta Raposo.

Aí entrou a natureza agregadora do ator carioca, morador de Santo André há pouco mais de três anos. Aproveitou para conseguir parceiros em uma viagem em que representava Noel - O Poeta da Vila, filme de Ricardo Van Steen que protagoniza e que abriu a mostra. Conseguiu dessa maneira o suporte para as exibições, a presença de atores das produções - Leandra Leal, que viria para o encerramento, desmarcou em cima da hora por compromissos em Brasília -, os jurados Lourenço Mutarelli (autor de O Cheiro do Ralo) e Leonardo Mecchi (crítico e produtor) e o coordenador do programa desenvolvido com a ELCV, o cineasta Marcos DeBrito (diretor do curta OD - Overdose Digital).

Os idealizadores projetam a ampliação do Festival para o próximo ano - em duração, abrangência de público e identidade. "A idéia é que seja um festival que estimule a produção cinematográfica local e que haja um viés histórico", adianta Rafael.

A subprefeita de Paranapiacaba e do Parque Andreense, Vanessa Figueiredo, também aposta nesse novo evento. "Há muito tempo queríamos fazer um festival do tipo, porque a Vila teve a segunda sala de cinema brasileira, que começa a ser restaurada no fim deste ano. A gente chamou de 1º festival porque certamente virão outros. Mas será um evento de pequeno porte. Para um público mais específico", avisa.

 




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