Depois de 35 anos, desde a primeira ocupação, realizada em julho de 1982, o bairro Centreville acertou termos para compra dos lotes junto à CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), dona dos terrenos desde a década de 1990, quando as invasões já haviam sido iniciadas.

“Conseguimos que eles (CDHU) abrissem mão da comercialização de todas as edificações. Quando compraram a área, já estava construída. (Na negociação, foi possível estabelecer acordo em que) Não seja cobrado a edificação (área que foi construída). Isso já é um grande passo. Tem casa que a metragem quadrada da edificação é maior que o lote (como em casos de sobrados)”, afirmou o secretário de Habitação e Regularização Fundiária de Santo André, Fernando Marangoni (DEM).

Os valores foram fechados de acordo com a renda familiar dos moradores do Centreville. O subsídio que será fornecido pelo CDHU vai chegar no máximo até 85% do valor venal do terreno. Neste caso, o mínimo que será depositado pelos moradores será 15% do valor vendável da propriedade. Quem tiver renda mais elevada poderá ficar sem nenhum tipo de subsídio, de acordo com o secretário andreense. O prazo de quitação pode ser de até 30 anos.

A previsão é começar a entregar os títulos de posse a partir de novembro deste ano. “Agora, a gente vai fazer uma assembleia maior para explicar para o povo o que foi decidido, para mandar os documentos”, falou o presidente da Associação dos Moradores do Centreville, Tarcísio Calé. “É um prazer ter um título de propriedade. A gente lutou tanto para chegar a este denominador comum”, emendou Calé. “Desde o começo a gente queria pagar pelas nossas casas, de acordo com as nossas condições”, completou.

Calé estava presente na primeira ocupação feita em terreno de empreendimento acabado, em julho de 1982. Desde então, tentativas para regularização foram feitas pelos moradores, mas todas sem muito sucesso. “Estou maravilhado (com esta situação de regularização)”, falou.