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Projeção diz desconhecer notas da Guarará
Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
29/08/2002 | 00:13
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A empresa Projeção Engenharia Paulista de Obras Ltda. apresentou nesta quarta documento no qual não reconhece notas fiscais que a empresa de ônibus Expresso Guarará apresentou sobre obras realizadas no município por conta de obrigações contratuais com a Empresa Pública de Transporte e Trânsito (EPT). A declaração foi protocolada na Comissão Especial de Fiscalização e Concessão da Prefeitura de Santo André e na CPI da Câmara que investiga suposto esquema de propina no setor de transporte da cidade.

A Guarará é concessionária do sistema tronco alimentado Centro-Vila Luzita e a Projeção foi a administradora das obras de junho de 1999 a outubro de 2000. A Guarará é a empresa que denunciou o suposto esquema de propina e o proprietário da Projeção, Humberto Tarcisio de Castro, é um dos denunciados pelo Minsitério Público de integrar a eventual quadrilha.

No documento, a Projeção diz que no período em que administrou as obras do Terminal de Vila Luzita reconhece R$ 4.575.591,34 das notas. Afirma ainda que a Expresso Guarará teria declarado, de junho de 1999 até 31 de outubro de 2000, R$ 8.995.197,34 e aponta uma diferença de R$ 4.419.606.

A Projeção ainda fala de notas ficais dos seguintes fornecedores: Astec, Cald-Mec, CFM, Carana, Sinai e Britar. “As notas fiscais emitidas por essas empresas, com raríssimas exceções feitas à CFM e Brittar, não são reconhecidas pela Projeção. Representam valor significativamente alto, observando-se, ainda, que nem mesmo determinados produtos poderiam ser adquiridos naquelas épocas, pois contradizem o estágio da obra”, diz o documento. O dono da Projeção disse ter recebido, pela administração da obra, R$ 690.992 (15% do investimento).

A direção da empresa Guarará, formada por Ronsângela Gabrilli e Luiz Alberto Gabrilli Filho, contestou a informação e disse ter pago à Projeção R$ 875 mil, correnpondente também a 15% cobrado pela administração da obra, o que significa um movimento de R$ 5,8 milhões. “O Humberto tem de provar o desvio de material e mão-de-obra que fazia. Essa denúncia já está no Ministério Público”, afirmou a direção da empresa. “Se tem alguém desviou alguma coisa foi a Guarará. Eu tenho tudo documentado. Não é só conversa fiada”, contra-atacou Castro.

O dono da Projeção sugeriu à Comissão Especial de Fiscalização da Prefeitura e à CPI que realizem diligências junto aos fornecedores para a constatação de notas fiscais emitidas, bem como a capacitação técnica e econômico-financeira para o fornecimento do volume de produtos ou serviços, conforme discriminado nas notas fiscais.

Outro pedido é que sejam oficiados a Delegacia da Receita Federal para a fiscalização da Expresso Guarará e o BNDES, onde a Guarará conseguiu empréstimos para fazer as obras. A Projeção ainda solicita uma auditoria no terminal de Vila Luzita para a constatação do efetivo emprego de todos os produtos e serviços.




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