Em assembleia realizada ontem no anfiteatro da Câmara, os servidores de Santo André rejeitaram a proposta do governo Paulo Serra (PSDB), que, a princípio, não prevê índice de reajuste salarial do funcionalismo público. Em apreciação da pauta em discussão, a categoria votou contra o texto do Paço, que alegou indisponibilidades financeira e orçamentária para conceder aumento aos vencimentos – a folha de pagamento gira hoje em torno de R$ 50 milhões mensais. Na última agenda conjunta, a Prefeitura prometeu oferecer reposição da inflação do período durante o mandato.

Em encontro ontem com a comissão de funcionários e o interventor do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de Santo André, representantes do Paço asseguraram à categoria que, mesmo diante da grande crise financeira que a Prefeitura atravessa, não haverá perda real dos salários durante a gestão tucana. “A administração municipal se comprometeu a garantir durante o governo a reposição da inflação de 4,57% do presente ano, e também a apresentar um cronograma de pagamento que será elaborado e apresentado em até 60 dias”, alegou o Paço, por nota.

A categoria reivindicava o percentual de 4,57% – medido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) –, mais 11% de reposição das perdas salariais de exercícios anteriores. Com a negativa – cerca de 150 pessoas participaram do pleito –, os servidores deram crivo favorável para iniciar estado de greve. “Essa proposta de apresentar estudo em dois meses não nos dá garantia. É vago, inviável. Nós tentaremos manter negociações por meio de comitê para, ao menos, conseguir a inflação”, afirmou Carlos Alberto Pavan, funcionário da GCM (Guarda Civil Municipal).

Diferentemente do exercício passado, último ano do governo Carlos Grana (PT), o Paço confirmou acordo para o pagamento de 50% do 13º salário ainda neste primeiro semestre. “A primeira parcela será paga de forma antecipada nesta sexta-feira, conforme demanda encaminhada pelo sindicato. Além disso, o valor da cesta básica terá um aumento de 15,57% a partir da data-base de 1º de abril”, ponderou a Prefeitura.

OUTRAS PREFEITURAS
Com crise nas contas públicas municipais, além de Santo André, outras três prefeituras do Grande ABC já indicaram que não haverá reajuste aos servidores neste ano. Os governos de Diadema, Mauá e Ribeirão Pires também justificam como principal ponto problemas financeiros para congelar a folha.