Um acidente entre um Tempra e um ônibus da SBCTrans causou a morte de quatro pessoas e deixou outras duas feridas, uma em estado grave, ontem de madrugada na Avenida Doutor José Fornari, no bairro Ferrazópolis, em São Bernardo. Todos os mortos e feridos estavam no Tempra e três deles coincidentemente trabalhavam na SBCTrans.

Segundo testemunhas, o Tempra, que trafegava no sentido bairro, estava em alta velocidade e invadiu a pista contrária. Chocou-se contra o coletivo que fazia a linha 19 (Industrial–Los Angeles), que transitava sentido Centro.

A colisão ocorreu bem em frente à portaria 2 da central de distribuição da Casas Bahia. O ônibus, ocupado apenas pelo motorista, pelo cobrador e por um fiscal, quebrou o muro do piscinão Ferrazópolis e ficou pendurado.

Morreram na hora o manobrista Eliandro de Oliveira Martins, 26 anos, dono e motorista do Tempra preto 1993, o desempregado André Lopes, 29, a empregada doméstica Cíntia Bento Teixeira, 26, e o estudante de supletivo Willian Costa Tebúrcio, 17. Ficaram feridos o cobrador Givaldo Alves da Silva, 25, que está internado em estado grave no Hospital Mário Covas, e o também cobrador Jackson Gomes de Oliveira, 29, que foi medicado e liberado.

De acordo com parentes e amigos das vítimas, os ocupantes do Tempra passaram a noite no restaurante Tudo de Bom, perto do terminal de ônibus do Ferrazópolis, onde se toca pagode e forró.

“Eles voltavam para casa quando ocorreu essa tragédia. A maioria deles morava na Vila São José ou no Jardim Silvina”, afirmou o afiador Geraldo Gomes Leôncio, 43 anos, tio do adolescente Tebúrcio.

“Solicitei exame de dosagem alcoólica no motorista do Tempra e aguardo laudo da perícia para checar se houve algum problema mecânico. Está claro que o Tempra estava em alta velocidade”, afirmou o delegado do 6º DP, José Nemi Júnior. A velocidade permitida no local é de 60 Km/h.

DESNÍVEL - Em dezembro passado, outro acidente na mesma avenida matou mãe e filho. O desnível entre as pistas é de aproximadamente 40 cm. Comerciantes locais e alguns parentes das vítimas falaram da necessidade de colocação de guard-rails ou grades de proteção no local.