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Autopeças disparam na carona das montadoras
Por Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
20/12/2007 | 08:30
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Alvo de preocupações no início do ano, quando começou a disparada do mercado de veículos, o setor de autopeças mostrou que conseguiu reverter os gargalos e a desvantagem cambial: no acumulado de janeiro a novembro o faturamento aumentou em 10,5% e deverá chegar a US$ 35,7 bilhões até o fim do ano.

O balanço, divulgado quarta-feira pelo Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), revela que do volume faturado, 63,4% foi em fornecimento direto para as montadoras, 12,5% para o mercado de reposição, 16% para exportação e 8% entre as empresas de autopeças.

O estudo também aponta que em dezembro o setor contará com 215 mil trabalhadores em atividade. Em nota, o presidente do sindicato, Paulo Butori, afirmou que, somente neste ano, a indústria de autopeças investiu US$ 1,35 bilhão no País.

Evolução - O diretor-geral da Saint-Gobain Sekurit (com unidades em Mauá e São Caetano), Manuel Corrêa, confirma o crescimento. “Foi um ano muito forte que tivemos de expandir a capacidade de produção. Em algumas linhas estamos rodando sete dias por semana”, comenta Corrêa. A empresa, fornecedora de vidros automotivos, chegou a contratar 150 funcionários neste ano.

Segundo o executivo, as vendas da empresa para o Brasil e a Argentina cresceram cerca de 15%. “Acompanhamos a evolução do segmento de veículos, que foi de mais de 20% na Argentina e de 13%, no Brasil”, acrescenta.

Em relação aos gargalos, Corrêa afirma que a indústria conseguiu atender à demanda das montadoras, entretanto, será preciso novos investimentos para o próximo ano, já que a produção de veículos está no limite da capacidade, de 3,5 milhões de unidades.

De acordo com Paulo Butori, a expectativa para 2008 é de que os investimentos cheguem a US$ 1,6 bilhão. O desafio não será apenas para suprir as fabricantes de veículos. Butori ressalta a importância de crescer, também, no mercado de reposição.

Déficit - Apesar dos números positivos, o setor registrou o primeiro déficit da balança comercial desde 2002. Segundo a entidade, serão US$ 8,9 bilhões exportados neste ano contra a importação de US$ 9 bilhões. O desequilíbrio é conseqüência da valorização do real perante o dólar.

O Sindipeças destaca que as exportações até outubro, para 177 países, acumularam cerca de US$ 7,5 bilhões, crescimento de apenas 2,79% sobre igual período de 2006.

Embora se tenha verifica perda da rentabilidade no mercado externo, segmentos, como o de vidro automotivo, não sofreram fortes prejuízos porque ainda se mantêm competitivos. “No caso de vidros, as importações são praticamente nulas porque temos uma condição competitiva ainda muito forte”, acrescenta Corrêa.




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